Bloomberg — O governo brasileiro espera que o próximo presidente executivo da Vale (VALE3), a segunda maior produtora mundial de minério de ferro, tenha relações mais próximas com autoridades e reguladores, mesmo após as críticas sobre a influência do governo no plano de sucessão da empresa terem causado turbulência na busca por uma nova liderança no início deste ano.
O governo quer que o próximo CEO tenha laços com estados, municípios e reguladores, disse Alexandre Silveira, ministro de Minas e Energia, em uma entrevista no escritório da Bloomberg em Roma.
“Isso será um avanço e exigiremos isso veementemente”, disse Silveira.
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O conselho da Vale espera anunciar um novo CEO até 3 de dezembro, quando a empresa realizará o seu Investor Day.
Em março, a Vale anunciou que Eduardo Bartolomeo permaneceria no cargo enquanto a empresa buscava um sucessor.
O anúncio foi seguido de semanas de conflitos sobre a escolha do próximo líder da Vale diante da pressão crescente do governo brasileiro para intervir no processo de sucessão, colocando em evidência sua influência no setor minerador.
O mercado reconheceu a liderança de Bartolomeo nos esforços para melhorar a segurança, incluindo um plano para eliminar dezenas de barragens de rejeitos de alto risco.
Ainda assim, os investidores têm se preocupado com o desempenho operacional e a percepção de que a Vale poderia ter relações melhores com os estados e o governo federal.
Silveira criticou a demora no plano de sucessão da Vale, dizendo que quanto mais cedo houver uma mudança na gestão, melhor a empresa de mineração poderá resolver “questões pendentes com o Brasil”.
Na entrevista, ele também indicou que o governo brasileiro rejeitaria uma nova proposta apresentada pela Vale, BHP Group e sua joint venture Samarco para um acordo final sobre o colapso fatal de uma barragem em 2015. A Procuradoria-Geral do Brasil confirmou em comunicado.
O chefe de energia do Brasil está em Roma, onde teve uma reunião privada com o Papa Francisco na quinta-feira (2) para discutir “uma transição energética justa e inclusiva que ajude a combater a desigualdade”.
O Brasil assumiu a liderança do G20 em 2024 e sediará a cúpula do clima COP30 em 2025.
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