Governo prevê déficit primário de R$ 28,8 bi, no limite da faixa de tolerância

Nova estimativa do governo indica um déficit fiscal de 0,25% do PIB para este ano, o limite mínimo exigido para o cumprimento do arcabouço

O governo Lula buscava zerar o déficit primário em 2024, mas isso teria exigido o congelamento de pelo menos o dobro do valor que foi feito, segundo estimativas de economistas
Por Martha Beck - Beatriz Reis
22 de Julho, 2024 | 04:50 PM

Bloomberg — O Brasil terminará 2024 com um déficit fiscal primário de R$ 28,8 bilhões, o equivalente a 0,25% do Produto Interno Bruto (PIB), de acordo com novas estimativas do governo publicadas nesta segunda-feira (22).

A previsão coloca o déficit primário, que exclui pagamentos de juros, no limite da faixa de tolerância estabelecida no arcabouço fiscal. O governo havia previsto anteriormente um déficit de R$ 14,5 bilhões para este ano.

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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse na última quinta-feira que o governo congelará R$ 15 bilhões em gastos do orçamento deste ano para cumprir a faixa de tolerância que é observada de perto pelos investidores.

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O governo Lula buscava zerar o déficit primário em 2024, mas isso teria exigido o congelamento de pelo menos o dobro do valor que foi feito, segundo estimativas de economistas do Itaú Unibanco e do Banco Santander.

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O secretário do Tesouro, Rogério Ceron, disse a jornalistas que o governo brasileiro está confiante de que cumprirá a meta fiscal de 2024 e fará o que for necessário para isso.

“As preocupações são legítimas, e é nosso papel reforçar que o caminho do nosso compromisso fiscal permanece o mesmo”, disse Ceron.

O congelamento de gastos estava previsto para ser anunciado esta semana junto com o novo relatório orçamentário, mas o governo decidiu agir mais rápido para evitar preocupações dos investidores sobre despesas que levaram a uma venda dos ativos locais.

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Sem essa mudança nas despesas, a previsão de déficit para este ano seria de R$ 32,6 bilhões, segundo o relatório divulgado nesta segunda-feira.

Em comentários a jornalistas na segunda-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que o governo congelará recursos orçamentários sempre que for necessário e que a responsabilidade fiscal é algo que ele sente “nas entranhas”.

Lula havia anteriormente colocado em dúvida seu compromisso com a meta fiscal, dizendo em uma entrevista à TV que ele “não é obrigado a estabelecer uma meta e cumpri-la” se decidir que “tem coisas mais importantes a fazer”.

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-- Atualizada para incluir comentários do secretário do Tesouro.

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