Bloomberg — Uma delegação com pelo menos 30 empresários brasileiros viajará a Havana na segunda-feira (4) em busca de oportunidades para impulsionar o comércio com Cuba, no passo mais recente do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para tentar reconstruir as relações entre os dois países.
A missão de quatro dias acontecerá antes da viagem de Lula à ilha caribenha, onde se reunirá com o líder cubano Miguel Díaz-Canel e participará das reuniões do Grupo dos 77, uma cúpula econômica das Nações Unidas com países em desenvolvimento.
Os laços do Brasil com Cuba se deterioraram sob o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, embora nunca tenham sido totalmente rompidos.
Desde que assumiu o cargo em janeiro, Lula tem procurado reconstruir as relações com Havana e com a Venezuela e reuniu-se com Díaz-Canel à margem de uma cúpula financeira global em Paris no início deste ano.
Isso criou uma abertura para empresários ansiosos por reforçar as relações comerciais, segundo Jorge Viana, presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), que lidera a viagem.
“Temos a oportunidade de retomar nossas relações comerciais depois que o governo brasileiro anterior deixou Cuba de lado ”, disse Viana em nota. “Não faz sentido o Brasil virar as costas para os países da América Central e do Caribe, incluindo Cuba, como fizemos nos últimos quatro anos.”
O Brasil é o quarto maior fornecedor de bens para Cuba, atrás apenas de Espanha, China e Estados Unidos, segundo a Apex. Mas o volume das suas exportações em 2022 foi pouco mais da metade do que enviou para a ilha dez anos atrás.
A viagem incluirá empresários dos setores de transporte aéreo, agricultura, energia e saúde. Os nomes dos integrantes da delegação não foram divulgados.
Alimentos, máquinas industriais, equipamentos de transporte e produtos químicos são as áreas com maiores oportunidades de exportação para Cuba, segundo a Apex. A agência também espera a criação de uma rota aérea comercial ligando São Paulo e Havana, afirmou no comunicado.
Lula também viajará a Nova York para a Assembleia Geral das Nações Unidas neste mês. Ele planeja encontrar o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, cujos esforços para reorientar a política americana em relação aos seus adversários de longa data em Havana têm sido em grande parte ofuscada por outras prioridades globais.
Veja mais em Bloomberg.com
Leia também
Os bastidores do impasse entre Haddad e o ministro argentino Sergio Massa
Moeda comum de Brasil e Argentina esbarra em credibilidade, dizem especialistas