Fitch eleva nota de crédito soberano do Brasil e cita melhora fiscal

Upgrade da classificação de risco do país de BB- para BB, com perspectiva estável, deve acelerar ingresso de capital estrangeiro no mercado doméstico

Prédios no centro financeiro de São Paulo, na Faria Lima
26 de Julho, 2023 | 09:18 AM

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Bloomberg Línea — A agência de classificação de risco Fitch Ratings elevou nesta quarta-feira (26) o rating de crédito soberano do Brasil de “BB-” para “BB”, com perspectiva estável.

Em relatório, a agência cita uma melhora do desempenho macroeconômico e fiscal “em meio a sucessivos choques nos últimos anos, políticas proativas e reformas”. A expectativa da Fitch é de que o novo governo trabalhará para melhorias adicionais.

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Minutos após o anúncio, os juros futuros ampliaram as quedas vistas na sessão anterior após alívio no IPCA-15 de julho.

“Apesar das tensões políticas persistentes desde 2018, o Brasil tem progredido em importantes reformas para enfrentar os desafios econômicos e fiscais. O novo governo de esquerda liderado por Lula defende uma mudança em relação à agenda econômica liberal de governos anteriores; no entanto, a Fitch espera que o pragmatismo e os amplos mecanismos institucionais de controle impeçam desvios macro ou microeconômicos radicais, enquanto o governo também está buscando iniciativas para apoiar o setor privado (por exemplo, a reforma tributária)”, escreve a agência.

Segundo a Fitch, embora a posição fiscal brasileira esteja se deteriorando em 2023, a expectativa é de que novas regras fiscais e medidas tributárias “ancorarão uma consolidação gradual”.

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A agência de ratings projeta ainda que a relação entre dívida e PIB aumentará, mas em um ritmo mais lento e a partir de uma posição inicial “muito melhor do que o previamente previsto”.

Apesar da elevação, a nota “BB” ainda está na categoria classificada como “grau especulativo”, abaixo do selo conhecido como “investment grade”, que o Brasil perdeu da Fitch em dezembro de 2015.

A Fitch destaca que a classificação atual do Brasil reflete uma economia grande e diversificada, alta renda per capita, mercados domésticos sólidos e uma grande reserva de recursos financeiros que apoiam a flexibilidade de financiamento do governo e sua alta participação da dívida em moeda local.

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O rating também é “sustentado pela capacidade de absorção de choques, apoiada por uma taxa de câmbio flexível, robustas reservas internacionais e uma posição líquida de credor externo soberano”.

Ainda assim, uma dívida pública alta, rigidez fiscal, baixo potencial de crescimento econômico e pontuações de governança relativamente baixas impedem uma classificação mais alta, destaca a Fitch.

Em nota, o ministério da Fazenda disse que a decisão da agência corrobora os esforços empreendidos pelo governo para fortalecer o ambiente econômico e promover a consolidação fiscal.

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Mariana d'Ávila

Editora assistente na Bloomberg Línea. Jornalista brasileira formada pela Faculdade Cásper Líbero, especializada em investimentos e finanças pessoais e com passagem pela redação do InfoMoney.