Copom: ata reitera novos cortes de 0,50 ponto e diz ver ritmo como ‘apropriado’

Em documento divulgado nesta terça-feira (26), Banco Central diz ser pouco provável uma intensificação adicional no ritmo de ajustes

Sede do Banco Central em Brasília
26 de Setembro, 2023 | 08:35 AM

Bloomberg Línea — O Banco Central divulgou nesta terça-feira (26) a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que decidiu na semana passada cortar a taxa Selic novamente em 0,50 ponto percentual, para 12,75% ao ano. A decisão foi unânime.

Conforme o esperado por economistas do mercado financeiro, o documento confirma a expectativa de redução de 0,50pp nas próximas duas reuniões deste ano.

Segundo a autoridade monetária, diante da confirmação do cenário esperado, este é o ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo de desinflação.

Reiterando o comunicado divulgado junto com a decisão de quarta-feira (20), o Comitê diz julgar como “pouco provável” uma intensificação adicional do ritmo de ajustes, “já que isso exigiria surpresas positivas substanciais que elevassem ainda mais a confiança na dinâmica desinflacionária prospectiva”.

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“Tal confiança viria apenas com uma alteração significativa dos fundamentos da dinâmica da inflação, tais como uma reancoragem bem mais sólida das expectativas, uma abertura contundente do hiato do produto ou uma dinâmica substancialmente mais benigna do que a esperada da inflação de serviços”, escreve o BC.

A magnitude total do ciclo de flexibilização ao longo do tempo, por sua vez, dependerá da evolução da dinâmica inflacionária, segundo os dirigentes, “em especial dos componentes mais sensíveis à política monetária e à atividade econômica, das expectativas de inflação, em particular as de maior prazo, de suas projeções de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos”.

Os membros do Copom também reiteraram a cautela na condução da política monetária: “A conjuntura atual, caracterizada por um estágio do processo desinflacionário que tende a ser mais lento e por expectativas de inflação com reancoragem parcial, demanda serenidade e moderação na condução da política monetária”.

Os investidores monitoram agora novos dados de inflação, como o IPCA-15, a prévia do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, que será divulgada ainda hoje.

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Mariana d'Ávila

Editora assistente na Bloomberg Línea. Jornalista brasileira formada pela Faculdade Cásper Líbero, especializada em investimentos e finanças pessoais e com passagem pela redação do InfoMoney.