Copom: ata reitera cautela com exterior volátil e dinâmica inflacionária local

Comitê voltou a antever novos cortes de 0,50 pp da Selic nas próximas reuniões, após ter reduzido a taxa básica para 11,25% na última quarta (31)

Banco Central do Brasil
06 de Fevereiro, 2024 | 08:43 AM

Bloomberg Línea — O Banco Central divulgou na manhã desta terça-feira (6) a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que reduziu na semana passada a taxa básica de juros em 0,50 ponto percentual, pela quinta vez consecutiva, para 11,25% ao ano.

No documento, o Comitê cita novamente a maior volatilidade do mercado externo, que exige cautela na condução da política monetária. No âmbito doméstico, o destaque é uma “evolução benigna” do cenário corrente de inflação.

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Ainda há, contudo, um “caminho longo a percorrer para a ancoragem das expectativas e o retorno da inflação à meta, o que exige serenidade e moderação na condução da política monetária”, destaca a ata.

O BC avalia que há alguns aspectos na dinâmica inflacionária recente que requerem maior escrutínio. “O Comitê debateu, em particular, a recente dinâmica da inflação de serviços, com foco nos seus componentes subjacentes, e os cenários prospectivos.”

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) teve alta de 0,56% em dezembro e encerrou 2023 com alta acumulada de 4,62%, dentro do intervalo da meta de inflação definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que era de 3,25% (com tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo). Os dados do IPCA de janeiro serão divulgados nesta quinta (8).

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Os membros do Copom destacam aqinda que o conjunto de indicadores recentes de atividade econômica segue consistente com o cenário de desaceleração da economia esperado pelo Comitê.

“Observa-se moderação no crescimento econômico, mas com resiliência no consumo das famílias. Por fim, o mercado de trabalho segue aquecido e com aceleração nos rendimentos reais, embora o mercado tenha apresentado alguma moderação na margem”.

Da mesma forma como sinalizado no comunicado de quarta-feira (31), o documento desta terça reitera que, em se confirmando o cenário esperado, os membros do Comitê anteveem unanimemente redução de mesma magnitude “nas próximas reuniões”. A avaliação é de que o ritmo é apropriado para “manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário”.

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“Tal ritmo conjuga, de um lado, o firme compromisso com a reancoragem de expectativas e a dinâmica desinflacionária e, de outro, o ajuste no nível de aperto monetário em termos reais diante da dinâmica mais benigna da inflação antecipada nas projeções do cenário de referência”, diz a ata.

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Mariana d'Ávila

Editora assistente na Bloomberg Línea. Jornalista brasileira formada pela Faculdade Cásper Líbero, especializada em investimentos e finanças pessoais e com passagem pela redação do InfoMoney.