Copom: ata cita progresso desinflacionário, mas reitera ‘serenidade e moderação’

Comitê voltou a antever novos cortes de 0,50 pp da Selic nas próximas reuniões, após ter reduzido a taxa básica para 11,75% na última quarta-feira (13)

Banco Central do Brasil
19 de Dezembro, 2023 | 08:29 AM

Bloomberg Línea — O Banco Central divulgou na manhã desta terça-feira (19) a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que decidiu na semana passada pelo corte de 0,50 ponto percentual da Selic, pela quarta vez consecutiva, para 11,75% ao ano. A decisão, a última do ano, foi unânime.

Conforme sinalizado no comunicado divulgado junto com a decisão de quarta-feira (13), o documento reitera a expectativa de redução de mesma magnitude nas próximas reuniões, avaliando que “esse é o ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário.”

O mercado esperava por uma aceleração no ritmo de cortes da Selic após sinalizações dovish do Federal Reserve, nos Estados Unidos, mas que não foi sinalizada nem no comunicado nem na ata desta quarta.

“Optou-se por manter a comunicação recente, que já embute a condicionalidade apropriada em um ambiente incerto, especificando o curso de ação caso se confirme o cenário esperado”, escrevem os membros do Copom, na ata.

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Com relação ao tamanho do ciclo de cortes, o Comitê afirmou que dependerá da evolução da dinâmica inflacionária, das expectativas e projeções de inflação, do hiato do produto, bem como do balanço de riscos.

“O Comitê avalia que houve um progresso desinflacionário relevante, em linha com o antecipado, mas ainda há um caminho longo a percorrer para a ancoragem das expectativas e o retorno da inflação à meta, o que exige serenidade e moderação na condução da política monetária.”

Apesar de um ambiente externo menos adverso do que na reunião anterior, o Comitê destaca que o cenário ainda segue volátil, o que exige manter uma política monetária contracionista “até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas.”

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Mariana d'Ávila

Editora assistente na Bloomberg Línea. Jornalista brasileira formada pela Faculdade Cásper Líbero, especializada em investimentos e finanças pessoais e com passagem pela redação do InfoMoney.