‘Congelar’ R$ 15 bi em gastos é insuficiente para atingir meta fiscal, diz Kawall

Ex-secretário do Tesouro avalia que o governo terá que fazer bloqueios adicionais de despesas se realmente quiser perseguir o objetivo de zerar o déficit primário

Para ex-secretário do Tesouro, 'congelamento' compensa apenas parte da elevação da despesa obrigatória
Por Josue Leonel
23 de Julho, 2024 | 05:04 PM

Bloomberg — A contenção de gastos anunciada pelo governo é insuficiente para o ajuste fiscal em 2024 e bloqueios adicionais deverão ser promovidos nos próximos bimestres, de R$ 15 bilhões a até R$ 20 bilhões, segundo o ex-secretário do Tesouro Carlos Kawall.

O congelamento de R$ 15 bilhões em despesas anunciada na semana passada, entre bloqueios e contingenciamentos, compensa apenas parte da elevação da despesa obrigatória, sobretudo da Previdência, que está bem acima do previsto, segundo Kawall, que é sócio fundador da Oriz Partners.

Leia também: Governo prevê déficit primário de R$ 28,8 bi, no limite da faixa de tolerância

Ele cita que, no caso da Previdência, a revisão das despesas deveria ter ficado em torno de R$ 25 bilhões a R$ 30 bilhões, muito mais do que o valor efetivamente revisto.

PUBLICIDADE

O contingenciamento de gastos, que é mais focado na meta fiscal, pareceu “muito aquém” daquilo que é necessário para o cumprimento do objetivo de zerar o deficit este ano, afirma o ex-secretário.

Ele diz que a receita do governo está superestimada em cerca de R$ 30 bilhões, especialmente nos casos de processos de julgamento de impostos pelo Carf.

“Vai ser desafiador”, disse o economista, sobre a necessidade de mais contingenciamentos de gastos, diante da busca por equilíbrio fiscal.

Veja mais em Bloomberg.com

Leia também

Sem pressa: Lula diz que ainda vai decidir nome de novo presidente do BC