Bloomberg — A economia do Brasil cresceu mais do que o esperado no terceiro trimestre, impulsionada por gastos de consumidores e do governo, que, por outro lado, alimentam a inflação e afligem os mercados.
Dados oficiais divulgados nesta terça-feira (3) pelo IBGE mostraram que o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 0,9% no período de julho a setembro em comparação com o segundo trimestre. O número superou a estimativa mediana de 0,8% feita por analistas em uma pesquisa da Bloomberg.
O desemprego em baixa recorde e o aumento dos salários impulsionaram o crescimento neste ano e podem dar ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva motivos para argumentar que tem cumprido suas promessas de entregar prosperidade aos brasileiros.
Mas investidores estão preocupados com a possibilidade de que a maior economia da América Latina esteja crescendo rápido demais — e estão em processo de abandono de ativos locais em meio a preocupações fiscais que só aumentaram na semana passada, quando o governo revelou planos de corte de gastos que ficaram aquém das expectativas do mercado.
A decepção com o plano provocou perdas no mercado de ações do Brasil, enquanto a moeda caiu para o menor nível registrado em relação ao dólar.
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A desvalorização está intensificando ainda mais as pressões inflacionárias em um momento em que o banco central já está elevando as taxas de juros para patamares de dois dígitos para reduzir a inflação à meta de 3%. Os altos custos de empréstimos ainda não conseguiram reduzir significativamente a demanda.
O consumo das famílias cresceu 1,5% no terceiro trimestre em comparação com os três meses anteriores. A produção industrial, outro grande motor do período, aumentou 0,6%, enquanto os serviços cresceram 0,9%.
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