Bloomberg — O Banco Central deve acelerar a alta da Selic para 0,50 ponto percentual na próxima reunião do Copom, em novembro, e levar a taxa até 12% ao ano, no pico do ciclo, em razão da piora das projeções feitas pelo Banco Central, disse o economista-chefe para Brasil do Citi, Leonardo Porto, em relatório.
Segundo ele, a revisão do banco, que antes previa uma taxa final de 11,50% ao ano, se dá em meio a expectativas de inflação desancoradas na casa de 4% — acima da meta de 3% — e com a perspectiva de uma apreciação ainda limitada do real.
Leia também: Selic a dois dígitos acabará sendo norma, e não exceção, diz economista do Citi
O recente relatório de inflação divulgado pelo Banco Central aponta para um ciclo muito mais amplo do que inicialmente previsto pelo Citi. “Na verdade, as previsões de inflação do Copom podem sugerir uma alta da Selic de até 3 pontos percentuais”, escreveu Porto no relatório.
Como contraponto, o economista citou que as projeções do Banco Central não consideraram um efeito favorável de uma potencial valorização da moeda brasileira em razão do aumento do diferencial de juros em relação aos EUA. Isso ajudaria a suavizar a pressão sobre a inflação. Além disso, o aperto monetário deve levar a uma ancoragem das expectativas inflacionárias.
O BC iniciou o ciclo de aperto monetário em setembro com uma alta de 0,25 ponto percentual, para 10,75% ao ano. O mercado de juros futuros embute apostas de que o ritmo será acelerado para 0,50 ponto percentual e que a Selic chegue a 13% ao ano em meados de 2025.
O Citi vê ainda espaço para um corte das taxas no quarto trimestre do próximo ano, com a Selic chegando no fim de 2025 em 11,50% ao ano; e em 10,50% ao ano no final de 2026.
Veja mais em Bloomberg.com
Leia também
IPCA acelera para 0,44% em setembro com o aumento dos preços de energia
Selic terá que subir a 12,25% ao ano, avalia Fernanda Guardado, ex-diretora do BC
© 2024 Bloomberg L.P.
