Bloomberg — O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, ouviu de interlocutores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que a resistência da autoridade monetária em reduzir juros mina a própria autonomia da instituição.
Enquanto o BC resistir a baixar os juros em um cenário de queda de inflação, não haverá diálogo com o Palácio do Planalto. Isso tende a criar uma má vontade do presidente com a ideia de que um Banco Central independente é, de fato, a melhor opção para o país.
Questão de tempo
A equipe econômica considera que é apenas uma questão de tempo até que Lula formalize a ordem e mande “achar” recursos no Orçamento para um programa de estímulo à venda de itens da linha branca.
O presidente lançou a ideia na semana passada em evento no Palácio do Planalto no qual defendeu reduzir os preços de itens como geladeira, televisão e máquina de lavar roupas.
Os técnicos da Fazenda dizem que não têm hoje de onde tirar dinheiro para financiar esse incentivo. Mas, assim como ocorreu com o programa de estímulo a veículos, manda quem pode. Então já é recomendável buscar esse espaço fiscal.
Adaptação
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ainda se adapta à rotina sem Gabriel Galípolo no Ministério da Fazenda. Os dois continuam a se falar com frequência, mas agora o ministro não tem mais o interlocutor próximo ao Palácio do Planalto. A quem pergunta, Haddad diz que, apesar da falta, a ida de Galípolo para a diretoria de Política Monetária do BC foi a coisa certa a fazer. Os dois almoçaram juntos na quarta-feira.
Até quando esperar
Fã de rock, Galípolo chegou ao Banco Central com interesse em conhecer um funcionário da instituição em especial: André Mueller, integrante da banda Plebe Rude que também é concursado do BC.
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©2023 Bloomberg L.P.
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