Expansão maior da economia acelera importação de diesel, diz consultoria

Segundo a Kpler, empresa de inteligência marítima, importações de diesel devem atingir 452.000 barris por dia em outubro, maior volume em dois anos

Demanda total do país por diesel — um termômetro da atividade econômica —  vem crescendo nos últimos três meses
Por Antonia Mufarech - Lucia Kassai
03 de Outubro, 2024 | 05:02 PM

Bloomberg — O Brasil deve importar neste mês o maior volume de diesel em dois anos, enquanto agricultores colhem safra de milho e a economia resiliente do país sustenta a demanda dos caminhoneiros.

As importações de diesel devem atingir 452.000 barris por dia em outubro, de acordo com a Kpler, empresa de inteligência marítima. O movimento se segue após as fortes importações em setembro, com os fazendeiros acelerando as máquinas para coletar a safra de milho — que é transportada principalmente por caminhões para portos e centros de consumo.

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O Banco Central elevou recentemente sua previsão de crescimento de 2024, visto que a a economia se expande em linha com as estimativas mais otimistas.

A demanda total do país por diesel — um termômetro da atividade econômica — vem crescendo nos últimos três meses, e atingiu o máximo de um ano em agosto, uma vez que a maioria dos produtos do país é transportada por caminhão.

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No entanto, as refinarias brasileiras não produzem diesel suficiente, deixando-o cronicamente em falta. A maioria dos suprimentos importados do país vêm da Rússia, que tem sido rejeitada pelos compradores da Europa e dos Estados Unidos.

Agora, com as refinarias russas em processo de manutenção e com queda dos preços do diesel americano, os EUA conseguiram expandir sua participação nas importações do Brasil.

“O diesel russo meio que dominou a cena desde o ano passado”, disse Felipe Perez, chefe de pesquisa e estratégia de combustíveis e refino da América Latina na S&P Global. No entanto, “o diferencial entre o diesel russo e o diesel da Costa do Golfo dos Estados Unidos está desaparecendo”.

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No mês passado, os fundos hedge foram os mais pessimistas em relação ao diesel, segundo registros desde junho de 2006 — de acordo com dados da CFTC — com o sentimento afetado pela perspectiva de enfraquecimento econômico global.

A competição por embarques de diesel para o Brasil pode aumentar à medida que a refinaria de Dangote, na Nigéria, e a unidade de Dos Bocas, no México, se tornarem totalmente operacionais, o que pode causar um excesso de oferta, disse Perez.

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