Bloomberg — O Senado protegerá a autonomia do Banco Central, enquanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pressiona por cortes nas taxas de juros, de acordo com o presidente da casa, Rodrigo Pacheco.
“A autonomia do Banco Central é uma realidade nacional, nós temos que dar o tempo para que ela possa ser assimilada”, disse Pacheco à Bloomberg News em entrevista na noite de terça-feira (28). “A redução da taxa básica de juros acontecerá dentro de um cenário de autonomia do Banco Central.”
Lula cobrou os senadores a verificarem a atuação do presidente do BC, Roberto Campos Neto, depois de a autoridade monetária novamente manter a Selic em 13,75% ao ano na semana passada. O presidente, que critica a política monetária desde que assumiu o cargo em janeiro, também já questionou a lei de 2021 que concedeu a autonomia ao BC.
Os senadores têm o poder de destituir os membros do Copom se o seu desempenho for considerado inconsistente com os objetivos da instituição, de acordo com a lei.
Mas Pacheco disse que não permitirá a votação de nenhuma legislação que tenha como alvo a autonomia do BC e expressou confiança de que o Copom entregará em breve os cortes de juros que Lula e um crescente contingente de líderes políticos e empresariais têm exigido.
“Não tenho dúvida que haverá esta redução da taxa básica de juros”, afirmou. “Tenho muita confiança que o Banco Central vai ter esta consciência.”
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