Rebanho de gado dos EUA cai ao menor número em 73 anos e pressiona de Tyson à JBS

Menor disponibilidade de animais pressiona a cotação dos mesmos, o que tende a reduzir os lucros de processadoras e manter os preços da carne bovina elevada

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Bloomberg — O rebanho de gado dos Estados Unidos caiu para o menor número em mais de sete décadas. Fazendeiros continuam a enviar animais para o abate, o que ameaça manter os preços da carne bovina em níveis altos para os consumidores por pelo menos mais alguns anos. Ao mesmo tempo, a situação reduz os lucros dos processadores de carne.

Havia 87,2 milhões de cabeças de gado em 1º de janeiro, uma queda de 2% menos em relação ao ano anterior e menos do que o esperado pelos analistas consultados pela Bloomberg News.

Os dados são do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), e foram divulgados na quarta-feira (31) em seu relatório semestral de inventário de gado. Esse é o menor número de animais desde 1951, de acordo com dados do USDA.

O encolhimento do rebanho significa que há menos animais disponíveis para serem processados em carne bovina no maior país produtor do mundo, em um momento em que a demanda mundial por carne cresce.

A diminuição no número de animais tem elevado os preços do gado por três anos consecutivos, com aumento também nos preços da carne para os consumidores. A escassez de animais engordados para o abate também tem prejudicado os lucros de processadoras de carne, incluindo a Tyson Foods (TSN) e a JBS (JBSS3)

Por quatro anos, os fazendeiros americanos têm abatido mais animais do que estão mantendo para reprodução, devido a secas persistentes, o custo crescente da ração e taxas de juros elevadas.

Embora melhores condições de pasto e preços atrativos estejam começando a incentivar uma mudança de direção, espera-se que o rebanho não comece a se recuperar antes de 2026, segundo Lane Broadbent, presidente da KIS Futures, de Oklahoma City.

Geralmente, os rebanhos de gado passam por ciclos de crescimento e declínio que são impulsionados principalmente pela oferta e demanda. No entanto, tendências estruturais, como urbanização, escassez de mão-de-obra e aumento da concorrência por terras agrícolas com culturas como milho e soja, têm levado a uma redução persistente no número de vacas nas últimas décadas.

-- Com a assistência de Michael Hirtzer.

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