Bloomberg — A empresa brasileira Raízen (RAIZ4) realizou o primeiro embarque do país de etanol de cana-de-açúcar para ser convertido em combustível de aviação sustentável (SAF) em uma usina nos Estados Unidos, à medida que a competição para fornecer esse mercado em ascensão se intensifica.
A produtora de açúcar e etanol, uma joint-venture entre a Shell e a Cosan (CSAN3), foi responsável por uma carga de etanol enviada aos EUA em março para ser usada como matéria-prima para SAF, de acordo com documentos vistos pela Bloomberg.
Dados da consultoria Datagro mostraram que um navio carregando cerca de 25 milhões de litros de etanol viajou do principal porto do Brasil para Savannah, na Geórgia, perto do local onde a LanzaJet inaugurou no início deste ano a primeira planta do mundo que produz combustível de aviação sustentável a partir de etanol.
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Este foi o primeiro navio carregando etanol brasileiro a seguir essa rota, segundo a Datagro.
A Raízen confirmou que a carga pertencia à empresa e que o navio carregava etanol certificado para SAF. A LanzaJet disse por e-mail que usará o etanol da Raízen em sua instalação, bem como outras fontes, incluindo etanol de milho dos EUA.
Os produtores brasileiros de etanol de cana-de-açúcar, com benefícios de um menor índice de carbono do que o biocombustível à base de milho produzido nos Estados Unidos, têm a oportunidade de serem os primeiros a acessar o mercado dos EUA para combustível de aviação sustentável feito de etanol.
Muitas das maiores usinas brasileiras já foram certificadas para atender a muitos padrões mundiais.
A São Martinho (SMTO3) disse que produzirá entre 13 milhões e 15 milhões de litros de etanol compatível com SAF nesta temporada.
A corrida para fornecer a matéria-prima de etanol para SAF é crítica, pois o principal mercado tradicional do etanol — carros com motores de combustão interna — foi ameaçado pelo crescimento dos veículos elétricos.
Com cerca de 40% do milho nos EUA atualmente abastecendo usinas domésticas para a produção de etanol para uso como combustível para transporte, tanto agricultores quanto usinas estão ansiosos para competir em novos mercados lucrativos, como o de combustível de aviação de baixo carbono.
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