Queda do rebanho suíno da China, o maior do mundo, reduz a demanda por soja e milho

No final de fevereiro, o número era 6,9% menor do que um ano antes, e o Ministério da Agricultura chinês reduziu a sua meta de 41 milhões de cabeças para 39 milhões

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Bloomberg — O encolhimento do rebanho suíno na China deve reduzir a demanda por ração animal e, com isso, as necessidades de importação de soja e milho do país este ano.

Os suinicultores chineses têm operado regularmente com margens abaixo de zero nos últimos anos e são forçados a cortar produção para conter o prejuízo.

“Não dá pra ser otimista demais com a demanda da China”, disse Li Qiang, analista-chefe da consultora agrícola Shanghai JC Intelligence. Com a queda da capacidade de produção de suínos e também de frangos, é improvável que haja qualquer aumento no consumo de ração, disse ele.

O rebanho suíno da China é o maior do mundo, mas o número de porcos está caindo. No final de fevereiro, o número era 6,9% menor do que um ano antes, e o Ministério da Agricultura chinês reduziu a sua meta de 41 milhões de cabeças para 39 milhões, o primeiro recuo desde que foi introduzida em 2021. A produção de ração caiu 3,6% nos dois primeiros meses do ano.

Isto tem implicações para produtores rurais no Brasil e Estados Unidos, os principais fornecedores agrícolas da China.

Menos animais significam menos demanda por importações de soja, especialmente à medida que a cultura chinesa da semente oleaginosa se expande, disse Darin Friedrichs, cofundador da Sitonia Consulting.

A JC Intelligence prevê que as importações de soja no ano comercial que começa em outubro devem cair 1,3% para 99,5 milhões de toneladas, enquanto o consumo total de ração animal da China deve cair até 1,5% em 2024.

“Será difícil as importações da China manterem o nível do ano anterior”, disse Li, embora algum impulso possa surgir se o governo aproveitar os preços mais baixos para fazer reposição de estoques, acrescentou.

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