Bloomberg — Os produtores de carne suína e bovina nos mercados desenvolvidos estão mais vulneráveis a rebaixamentos de crédito provocados por riscos relacionados ao clima, de acordo com a Fitch Ratings.
As empresas enfrentam custos crescentes como resultado de políticas governamentais mais rígidas para promover cortes nas emissões, bem como a introdução de novas tecnologias e melhorias no gerenciamento de dejetos em fazendas de suínos, disse a agência de classificação de crédito em uma resposta por e-mail a perguntas.
Para os produtores de suínos, "os mercados emergentes são significativamente menos vulneráveis, dada a demanda doméstica estável por carne suína e a implementação tardia de políticas climáticas", disse a Fitch.
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É provável que o setor de carne bovina seja desafiado nos mercados desenvolvidos pela redução da demanda à medida que as populações encolhem, juntamente com o aumento das preocupações com a saúde e o impacto das metas climáticas.
Os sistemas alimentares globais são responsáveis por cerca de um terço das emissões causadas pela atividade humana. Os produtos de origem animal são responsáveis por cerca de 60% desse total, de acordo com o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU.
A Fitch constatou que um em cada cinco emissores corporativos acompanhados pela agência poderia estar exposto a riscos de rebaixamento até 2035 como resultado do aumento das vulnerabilidades relacionadas ao clima, semelhante a uma análise anterior de 2023.
Mais da metade dos emissores com níveis de risco elevados são atualmente investment grade, de acordo com um relatório publicado pela Fitch.
Embora os produtores de energia a carvão - particularmente fora da Ásia - também permaneçam em risco de rebaixamento devido ao impacto da ação climática, o setor de gás natural nos EUA é visto como tendo uma perspectiva melhorada devido à maior demanda, ao crescimento das exportações e às mudanças geopolíticas desde a invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022.
Tanto a S&P Global Ratings quanto a Moody's Ratings fizeram alertas semelhantes sobre os riscos de rebaixamento de títulos ligados ao clima nos últimos anos, embora esses alertas normalmente não tenham se traduzido em ações que impactem o mercado de mais de US$ 140 trilhões.
A Fitch "não espera tomar medidas imediatas de classificação como resultado de nossas estimativas revisadas de vulnerabilidade climática", disse a agência em seu comunicado.
Enquanto isso, as avaliações das ações globais enfrentam perdas potenciais de até 40% se as taxas de redução de emissões continuarem nos níveis atuais, afirmou o EDHEC-Risk Climate Impact Institute em um documento no mês passado.
-- Com a colaboração de Garfield Reynolds.
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