Bloomberg — A safra de verão dos produtores de soja paraguaios dever igualar a produção total do ano passado, graças a chuvas trazidas pelo El Niño, de acordo com a associação de exportadores Capeco.
As perspectivas otimistas para o terceiro maior produtor da oleaginosa na América do Sul, depois de Brasil e Argentina, se somam a sinais de um mercado global já bem abastecido, com queda de preços de cerca de 6% neste início de ano.
Enquanto o norte do Brasil tende a sofrer com condições de secas provocadas pelo El Niño, os cinturões de soja e grãos no centro e sul do continente tendem a receber chuvas que beneficiam as lavouras.
Com cerca de um décimo da safra já colhida, a produção de verão pode chegar a cerca de 9,5 milhões de toneladas, disse em entrevista o diretor-executivo da Capeco, Hugo Pastore. Isso igualaria o total das duas safras do ano passado e impulsionaria as exportações do país vizinho.
“Há otimismo de que poderemos ter um bom ano”, disse Pastore, que prevê que a colheita termine com um mês de atraso, em março, porque o clima atrasou o plantio no final de 2023.
No ano passado, as exportações de soja do Paraguai mais do que duplicaram, para quase 6,5 milhões de toneladas, com chuvas que ajudaram as lavouras a se recuperarem da seca da temporada anterior.
As compras de soja paraguaia pela Argentina dispararam para 93% do total, diante da seca que assolou os Pampas. Este ano, a participação da Argentina nos embarques de soja paraguaia provavelmente retornará a um nível mais normal de 70%, e o resto deve ser arrematado por outros compradores tradicionais, como Brasil e Rússia, disse Pastore.
--Com a colaboração de Dayanne Sousa.
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