Bloomberg — O maior ganho anual do preço do cacau em 15 anos é má notícia para os consumidores de chocolate ao redor do mundo.
O aumento nos preços provavelmente impactará ainda mais os compradores em 2024, à medida que os fabricantes de chocolate ficarem sem estoques do produto, adquirido em níveis mais baixos de preço, e começarem a repassar o aumento dos custos.
Os futuros do açúcar branco registraram o quinto ganho anual, contribuindo para a inflação dos alimentos doces.
A chuva incessante no início do ano passado prejudicou as plantações de cacau na África Ocidental e promoveu a disseminação de uma doença que faz os frutos secarem.
Para piorar, começou agora uma estação ventosa anual conhecida como harmatã, aumentando as ameaças à produção na principal região de cultivo do mundo.
As preocupações com o fornecimento levaram o contrato mais ativo em Londres a subir 70% em 2023 para £3.506 por tonelada - o maior ganho anual desde 2008. O contrato mais ativo chegou a ser negociado a £3.588 por tonelada em 18 de dezembro.
A concentração do fornecimento de cacau deixa pouco espaço para que outros produtores preencham a lacuna.
Cerca de 60% da produção vem apenas de dois países - Costa do Marfim e Gana. Outros, como Brasil e Equador, estão buscando expandir as lavouras, embora possa levar vários anos para que novas árvores produzam frutos.
A alta também é notável por contrariar a tendência de queda em outras culturas básicas. O Índice Spot de Agricultura Bloomberg caiu 14% este ano, o maior recuo em uma década.
Embora os ventos sazonais possam ajudar no progresso dos trabalhos de campo, o fenômeno climático conhecido como El Niño pode agravar a seca.
No curto prazo, a menor demanda pode ajudar a diminuir os preços. Ainda assim, o Rabobank prevê que os futuros de Londres permaneçam acima de £3.000 por tonelada até o segundo semestre, um nível historicamente alto.
Os compradores na União Europeia também se preparam para novas regulamentações de desmatamento que devem aumentar os custos em toda a cadeia de suprimentos.
Os futuros do cacau em Nova York subiram mais de 60% em 2023, o maior ganho desde 2001.
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