Bloomberg — Os contratos futuros de cacau dobraram de preço em menos de três meses, à medida que sua alta histórica se intensifica, elevando os custos para fabricantes e consumidores de chocolate.
O contrato mais ativo em Nova York subiu até 5,9% para US$ 8.493 por tonelada métrica, o mais alto já registrado.
As safras na África Ocidental – a região de cultivo mais importante do mundo – foram afetadas por doenças e uma série de eventos climáticos, colocando o mundo em rumo para o terceiro déficit consecutivo de oferta da metéria-prima.
As fábricas de processamento na região já estão sofrendo com paralisações, e as iminentes regulamentações ambientais para importadores europeus estão aumentando os obstáculos para obter grãos.
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“Ainda não há visibilidade sobre a próxima safra, e o desafio para Costa do Marfim e Gana é que ninguém sabe como eles podem resolver seus problemas de produção”, disse Fuad Mohammed Abubakar, chefe da Ghana Cocoa Marketing Company UK. “Não há resgate de suprimento nos próximos meses.”
A alta do cacau está acelerando pouco antes da Páscoa, um feriado importante de consumo de chocolate em alguns países, incluindo os Estados Undos e o Brasil.
Embora as fabricantes comprem os grãos com meses de antecedência, a alta está começando a impactar, e algumas barras estão ficando mais caras, menores ou preenchidas com outros sabores para diminuir o impacto.
“Há muitos players que já anunciaram aumentos de preços. Também fazemos parte desse grupo”, disse Martin Hug, diretor financeiro da fabricante de chocolate Lindt, em uma teleconferência de resultados de março.
“É muito difícil prever no momento o que acontecerá com o mercado de cacau. Mas acho que o controlamos o melhor que pudemos.”
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