Pilgrim’s e Seara dão impulso extra à JBS, que lucra R$ 3,8 bilhões no 3º tri

Entre julho e setembro, o Ebitda ajustado da companhia foi de R$ 11,9 bilhões, mais do que o dobro do registrado no mesmo período do ano passado; lucro saltou quase 600%

JBS: foco em marcas fortes e valor agregado
Por Naiara Albuquerque
13 de Novembro, 2024 | 06:30 PM

Bloomberg Línea — A JBS (JBSS3) reportou nesta quarta-feira (13) um lucro líquido de R$ 3,8 bilhões no terceiro trimestre de 2024. O resultado representa um aumento de 571% em relação aos R$ 572,7 milhões no mesmo período do ano passado.

O Ebitda ajustado - métrica de geração de caixa operacional - para o período somou R$ 11,9 bilhões, crescimento de 120,7% em relação ao mesmo trimestre do ano passado (R$ 5,4 bilhões).

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Analistas consultados pela Bloomberg estimavam um Ebitda de R$ 10,05 bilhões para o período e um lucro líquido de R$ 4,12 bilhões.

Na mesma base de comparação, a receita líquida foi de R$ 110,5 bilhões ante R$ 91 bilhões. Na comparação entre os trimestres, o indicador aumentou 20,9%.

No acumulado em 12 meses, a receita líquida somou R$ 396,6 bilhões, o dobro do mesmo período de 2023.

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“Registramos crescimentos em todas as unidades de negócios. Mais uma vez, foi ressaltada nossa estratégia de diversificação geográfica e de plataforma multiproteína, impulsionada por investimentos em inovação e na construção de marcas fortes, consolidando um portfólio de maior valor agregado”, disse Gilberto Tomazoni, CEO global da JBS, em comunicado.

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No relatório financeiro, a empresa destacou ainda a atuação da Pilgrim’s, dos EUA, e da Seara, de aves e alimentos processados. No período, a Seara teve receita líquida de R$ 12,2 bilhões, um crescimento de 19% na comparação anual.

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No caso da Pilgrim’s, a receita foi de R$ 25,4 bilhões no terceiro trimestre, com crescimento de 20% em comparação a igual período de 2023.

O crescimento da Pilgrim’s e da Seara pode ser explicado, de acordo com a JBS, pelos maiores preços no período e por uma ampliação de vendas, com demanda forte nos respectivos mercados domésticos, aumento das exportações, e custos menos pressionados dada a queda no valor dos grãos - matéria-prima para a ração.

No Brasil, a demanda internacional favoreceu os resultados. A receita líquida na região foi de R$ 18,1 bilhões no terceiro trimestre de 2024, resultado 25% superior ao de 2023. O Ebitda ajustado avançou 332%, comparado com o terceiro trimestre de 2023, no montante de R$ 2,1 bilhões.

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Entre as divisões da empresa, a que teve resultado menos expressivo foi a JBS Beef North America. A receita líquida para a América do Norte foi de R$ 35 bilhões, um crescimento de 6% comparado com o mesmo trimestre de 2023.

O Ebitda ajustado foi de R$ 650 milhões enquanto a margem Ebitda ajustada ficou em 0,6%. Segundo a companhia, as margens da carne bovina na América do Norte seguem pressionadas pelo ciclo pecuário mesmo com uma demanda forte no período.

“A companhia segue focada na execução operacional e comercial visando proteger sua rentabilidade. Entre as iniciativas em andamento estão melhoria da precificação, otimização do mix de produtos, aumento do rendimento por carcaça e maior captura de eficiência fabril”, disse a JBS em nota.

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Para a divisão de porcos dos EUA, o resultado foi menos expressivo, ainda que positivo: a receita líquida para o segmento foi de R$ 11,3 bilhões, crescimento de 0,8% comparado com o mesmo trimestre do ano anterior. O Ebitda ajustado foi de R$ 1,3 bilhão, alta de 10,5% na mesma comparação.

No trimestre, as exportações do grupo cresceram 8,9% e somaram US$ 5,3 bilhões.

Desse total, 23% foram para China e Hong Kong. Os EUA apareceram em segundo lugar, com 16,6%, seguidos de África e Oriente Médio (13,1%), Japão (9,1%), Coreia do Sul (7,3%), União Europeia (7,3%) e outros, com 23,8%.

A JBS Brasil e a JBS Beef North America foram as principais responsáveis pelos embarques.

Em 7 de outubro, a companhia pagou o montante de R$ 4,4 bilhões aos acionistas, o equivalente a R$ 2 por ação. Além disso, a JBS reabriu seu programa de recompra de ações de até 113 milhões de ações.

Naiara Albuquerque

Naiara Albuquerque

É editora-assistente da Bloomberg Línea Brasil. Foi repórter na editoria de Agronegócios do jornal Valor Econômico. Já produziu podcasts, vídeos e reportagens para Capricho, Nexo Jornal, Exame e Jota. É mestranda em comunicação pela Unisinos e tem graduação em jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero.