Pedidos de recuperação judicial por produtores do agro disparam, diz Serasa

Número de produtores que entraram com pedido de RJ no país aumentou seis vezes para 127 no ano passado em ambiente de juros elevados e queda nas cotações

Maíz bresileño
Por Clarice Couto
07 de Março, 2024 | 04:32 PM

Bloomberg — Os pedidos de recuperação judicial por produtores do agronegócio estão alcançando um ritmo “preocupante” no Brasil à medida que as altas taxas de juros e os preços em queda apertam os ganhos, de acordo com a Serasa Experian, um provedor de dados de crédito.

O número de produtores que entraram com pedido de recuperação judicial no país, o maior exportador mundial de diferentes culturas, desde milho até soja e café, aumentou seis vezes para 127 no ano passado, disse a Serasa Experian em um comunicado.

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Isso representa um aumento expressivo na comparação com os 20 pedidos no ano anterior. Eles se aceleraram no final de 2023.

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“Quando comparamos a quantidade de pedidos de recuperação financeira com as milhões de pessoas que trabalham no agronegócio, esse número parece pequeno”, disse Marcelo Pimenta, chefe de agronegócio da Serasa Experian. “Mas a velocidade com que esses pedidos vêm crescendo trimestre após trimestre é preocupante.”

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As descobertas lançam luz sobre um problema crescente no Brasil. Safras abundantes foram recebidas com preços internacionais em queda, prejudicando os ganhos dos produtores, assim como o custo de capital que aumentou devido às altas taxas de juros.

Um índice de preços agrícolas acompanhado pela Bloomberg caiu quase 16% no ano passado, a maior queda em uma década.

Ainda assim, o clima seco resultou em quebras de safra em algumas regiões, desafiando a liquidez para esses produtores.

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Os agricultores de soja foram responsáveis pelo maior número de pedidos de recuperação judicial, seguidos pelos que possuem pastagens e café.

Um grupo de 44 produtores, que inclui aqueles que arrendam terra, foi responsável pela maioria dos pedidos. Grandes produtores também não ficaram imunes, com 35 deles pedindo recuperação.

Mato Grosso e Goiás foram os estados com os maiores problemas, segundo a Serasa.

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