Bloomberg — O óleo de palma perdeu sua posição como o óleo comestível mais barato do mundo, graças à redução da produção nos maiores países produtores e à oferta abundante da principal alternativa.
O óleo de palma, que era negociado com um desconto de US$ 782 por tonelada em relação ao óleo de soja até novembro de 2022, atualmente tem uma rara cotação maior do a do concorrente.
Ao contrário das culturas de soja, girassol e colza, a palma é colhida durante todo o ano e precisa de menos terra para ser produzida, o que significa que geralmente é mais barata.
As plantações de palma da Indonésia e da Malásia, que respondem por 85% da oferta global, estão enfrentando desafios.
Os pequenos proprietários de terra relutam em cortar as árvores que estão envelhecendo e replantar, pois pode levar de quatro a cinco anos para que as novas árvores deem frutos, em comparação com cerca de seis meses para a soja.
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Os preços da palma subiram 10% este ano, enquanto o óleo de soja caiu cerca de 9% devido às melhores perspectivas de safra em países como os Estados Unidos.
Ainda assim, é improvável que haja uma mudança estrutural no curto ou médio prazo devido às qualidades exclusivas da palma, que a tornam atraente para muitos setores.
É improvável que os principais usuários, como fabricantes de biscoitos, restaurantes e hotéis na Índia, procurem substitutos imediatamente, mesmo que parte do consumo doméstico de óleo de palma possa mudar para seus rivais, disse Aashish Acharya, vice-presidente da Patanjali Foods.
A demanda de biodiesel da Indonésia também manterá os preços da palma sustentados, disse ele.
A commodity é encontrada em todo tipo de produto, desde pizza e sorvete até xampu e batom. Os produtores de ração animal também a utilizam como ingrediente, enquanto alguns países transformam a palma em biocombustíveis.
O mercado de óleo de palma pode se ajustar quando os fatores sazonais de oferta e demanda entrarem em ação. O consumo de óleo de palma normalmente cai em dezembro e janeiro na Índia, o maior importador, pois ele se solidifica em temperaturas mais baixas, levando os consumidores a buscar alternativas.
"Quando a demanda por festivais na Índia diminuir e a alta temporada de produção da palma no Sudeste Asiático ganhar impulso, o prêmio poderá evaporar", disse Gnanasekar Thiagarajan, chefe de estratégias de negociação e hedge da Kaleesuwari Intercontinental. "Se isso não acontecer, a palma perderia sua enorme participação de mercado para os óleos de soja e girassol na Índia".
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