Bloomberg — As gigantes brasileiras do setor de carnes Marfrig (MRFG3) e Minerva (BEEF3) disseram que o órgão regulador antitruste do Uruguai vetou parte de uma venda de ativos no valor de US$ 1,5 bilhão que aumentaria o domínio da Minerva sobre as exportações de carne bovina da América do Sul.
As processadoras de carne planejam seguir em frente com a transação para o restante das unidades, incluindo mais de uma dúzia de abatedouros no Brasil, Argentina e Chile, disseram as duas empresas em declarações separadas na terça-feira (21).
As três unidades no Uruguai que serão removidas do acordo foram avaliadas em R$ 675 milhões.
Os papéis da Marfrig caíam 0,58% por volta das 11h45 (horário de Brasília) nesta quarta, enquanto as ações da Minerva recuavam 2,02%.
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A proposta de acordo sofreu forte oposição dos pecuaristas uruguaios, pois a transação daria à Minerva cerca de 50% da capacidade anual de abate do país e aumentaria a vantagem para negociar os preços do gado.
O acordo ainda precisa ser aprovado pelos órgãos reguladores do Brasil, onde está localizada a maioria das unidades restantes em negociação.
A Minerva busca expandir seu domínio sobre as exportações de carne bovina da América do Sul em um momento em que a escassez de oferta de gado nos EUA levou ao aumento da demanda de outras regiões.
A transação, que se tornou pública em agosto, recebeu reações contrastantes dos investidores da Marfrig e da Minerva.
As ações da Marfrig subiram desde então, com a empresa sendo recompensada por seu foco renovado em alimentos processados mais lucrativos.
Enquanto isso, as ações da Minerva caíram em meio a preocupações de que a empresa estava pagando uma valor excessivo pelos abatedouros.
A Minerva conta com o fundo estatal da Arábia Saudita, Saudi Agricultural and Livestock Investment Co., como seu maior acionista.
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