Marfrig e Minerva mantêm acordo sobre unidades de abate após veto do Uruguai

Gigantes brasileiras de carnes planejam seguir em frente com a transação para as demais unidades de abate no Brasil, na Argentina e no Chile

Criação de gado no Uruguai
Por Gerson Freitas Jr.
22 de Maio, 2024 | 11:58 AM

Bloomberg — As gigantes brasileiras do setor de carnes Marfrig (MRFG3) e Minerva (BEEF3) disseram que o órgão regulador antitruste do Uruguai vetou parte de uma venda de ativos no valor de US$ 1,5 bilhão que aumentaria o domínio da Minerva sobre as exportações de carne bovina da América do Sul.

As processadoras de carne planejam seguir em frente com a transação para o restante das unidades, incluindo mais de uma dúzia de abatedouros no Brasil, Argentina e Chile, disseram as duas empresas em declarações separadas na terça-feira (21).

As três unidades no Uruguai que serão removidas do acordo foram avaliadas em R$ 675 milhões.

Os papéis da Marfrig caíam 0,58% por volta das 11h45 (horário de Brasília) nesta quarta, enquanto as ações da Minerva recuavam 2,02%.

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A proposta de acordo sofreu forte oposição dos pecuaristas uruguaios, pois a transação daria à Minerva cerca de 50% da capacidade anual de abate do país e aumentaria a vantagem para negociar os preços do gado.

O acordo ainda precisa ser aprovado pelos órgãos reguladores do Brasil, onde está localizada a maioria das unidades restantes em negociação.

A Minerva busca expandir seu domínio sobre as exportações de carne bovina da América do Sul em um momento em que a escassez de oferta de gado nos EUA levou ao aumento da demanda de outras regiões.

A transação, que se tornou pública em agosto, recebeu reações contrastantes dos investidores da Marfrig e da Minerva.

As ações da Marfrig subiram desde então, com a empresa sendo recompensada por seu foco renovado em alimentos processados mais lucrativos.

Enquanto isso, as ações da Minerva caíram em meio a preocupações de que a empresa estava pagando uma valor excessivo pelos abatedouros.

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A Minerva conta com o fundo estatal da Arábia Saudita, Saudi Agricultural and Livestock Investment Co., como seu maior acionista.

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