Lucro da Kepler Weber cai 36,6% no quarto trimestre. Empresa aposta em diversificação

Entre outubro e dezembro, o lucro líquido ajustado da companhia foi de R$ 52 milhões; no acumulado do ano, lucro somou R$ 200,9 mi, queda de 9,7%

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Bloomberg Línea — A Kepler Weber reportou lucro líquido ajustado de R$ 52 milhões no quatro trimestre de 2024, uma queda de 36,6% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior.

Com o resultado, a margem líquida da empresa especializada em soluções para armazenagem e beneficiamento de grãos foi de 11,3%, uma redução de 5,1 pontos percentuais em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo balanço divulgado nesta quarta-feira (26).

O Ebitda ajustado, métrica de geração de caixa operacional, foi de R$ 82,3 milhões, queda de 28,1% em relação ao ano anterior, que foi de R$ 114,4 milhões.

Na mesma base de comparação, a receita líquida da companhia foi de R$ 460,1 milhões, redução de 8,4% em comparação aos R$ 502,2 milhões do mesmo período do ano anterior.

No acumulado do ano, a receita foi de R$ 1,6 bilhão, avanço de 6,3% em relação aos R$ 1,5 bilhão de 2023. Já o lucro líquido ajustado anual somou R$ 200,9 milhões, recuo de 9,7% sobre 2023.

Apesar de quedas em receita, Ebitda e lucro líquido ajustado no trimestre, o CEO da Kepler Weber, Bernardo Nogueira, disse, em nota, que a estratégia de diversificar receitas tem ajudado a companhia “a fortalecer a resiliência e a sustentabilidade do negócio em um cenário desafiador”.

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No segmento de Negócios Internacionais, a receita líquida da Kepler (KEPL3) alcançou R$ 78 milhões, avanço de 142,4% em relação ao mesmo período de 2023.

Segundo a empresa, o crescimento nesta frente se deve a atuação em mercados estratégicos na América do Sul, como Paraguai e Uruguai, sobretudo os produtores de arroz, que apresentaram um bom desempenho.

A companhia também cita o retorno das vendas na Argentina, que contribuiu positivamente para os resultados. Além disso, a valorização do dólar americano frente ao real beneficiou as receitas em moeda estrangeira, diz a empresa.

“Esse avanço é impulsionado por investimentos em inovação, eficiência operacional e um olhar atento às oportunidades, garantindo um portfólio mais equilibrado e preparado para o futuro”, diz Nogueira, em nota divulgada junto ao balanço.

A receita líquida do segmento de “Agroindústrias” totalizou R$ 131,7 milhões no período, uma queda de 33,8% em relação ao mesmo período de 2023.

O movimento reflete, segundo a Kepler, o impacto de fatores macroeconômicos, como o aumento das taxas de juros, além da dificuldade da liberação de financiamento para o setor.

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A receita líquida do segmento “Portos e Terminais” no trimestre encerrado em dezembro de 2024 somou R$ 12 milhões, uma redução de 31,3% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Segundo a companhia, essa retração pode ser explicada pela característica dos negócios no segmento, “onde há uma maior variação no faturamento devido à execução de grandes projetos e ao ciclo de obras”.

Enquanto isso, a receita líquida na área de “Reposição e Serviços” chegou a R$ 95,8 milhões no quatro trimestre, aumento de 8,5% em comparação ao ano anterior. O maior alcance de pedidos, cerca de 10% em relação aos atendidos em 2023, impulsionaram o resultado.

A Procer, empresa de agro inteligência que tem 51% das ações compradas pela companhia de pós-colheita em 2023, também apresentou aumento no número de pedidos. Desta vez, na ordem de 25% em relação ao montante do quarto trimestre de 2023.

Por outro lado, o CPV (custo dos produtos vendidos) totalizou R$ 329,3 milhões, o que representa um aumento de 1,8 pontos percentuais sobre a receita líquida em comparação ao mesmo período de 2023. Na composição do CPV, os custos com materiais chegaram a 67% no quarto trimestre contra 66% um ano antes.

O capex da companhia foi de R$ 21,2 milhões no período, aumento de 15% em relação ao mesmo período de 2023.

Segundo a empresa, R$ 8,3 milhões (39%) foram direcionados à modernização e expansão da capacidade produtiva, R$ 7,8 milhões (37%) em capex de Sustentação, que abrangeu adequações às normas e legislações, R$ 7,8 milhões (17%) em tecnologia da informação, e R$ 5,3 milhões (11%) no desenvolvimento de novos produtos.

O investimento em novos produtos foi adiantado pela companhia durante o Kepler Day, que aconteceu em dezembro do ano passado. A meta da Kepler é diminuir o tempo de lançamentos de produtos para ter uma novidade por ano.

Perspectivas para 2025

Apesar de um cenário mais desafio para o setor, a Kepler vislumbra que 2025 será um ano promissor aos negócios diante de uma safra recorde e volumes expressivos, mas também com altas exigências em termos de eficiência.

“Toda a cadeia do agronegócio está focada em fazer mais com menos, e na Kepler Weber não será diferente. Além dos ajustes realizados em 2024, nosso foco será otimizar ainda mais a eficiência dos nossos processos, sempre alinhados à cultura. Visualizamos um ano com sazonalidade para nosso segmento e um segundo semestre robusto e promissor”, destacou a empresa em seu balanço.

No último trimestre, a empresa ressalta que nova vendas foram concretizadas, com destaque para dois projetos destinados a cerealistas e um para um médio produtor, que totalizaram aproximadamente R$ 17,3 milhões. O valor dessas vendas da companhia serão incorporados aos resultados do primeiro semestre de 2025.

Em um ano, os papéis da companhia acumulam queda de 5,75%, a R$ 9,34.

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