Bloomberg — A Lavoro, varejista de insumos agrícolas como fertilizantes, está em negociações com fornecedores para alongar prazos de pagamento, dado o contexto de liquidez restrita do mercado e de produtores, com a assessoria da Alvarez & Marsal e do Pinheiro Neto Advogados, de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto.
A empresa, que tem sede em São Paulo e é controlada pelo Patria Investimentos, contratou a Alvarez no ano passado enquanto tenta manter as conversas fora dos tribunais, disseram as pessoas, pedindo para não serem identificadas pois as conversas não são públicas. O Pinheiro Neto, assessor da empresa, também participa das negociações, segundo as pessoas.
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Lavoro, Patria, Alvarez e Pinheiro Neto não comentam.
No mês passado, a Lavoro cortou suas projeções de lucros para 2025, e citou um “aperto significativo nas condições de financiamento de estoque”.
A empresa registrou um prejuízo de R$ 267 milhões no primeiro trimestre fiscal de 2025, comparado com um prejuízo de R$ 71 milhões no mesmo período de 2024.
A receita caiu 13% na mesma comparação. A empresa anunciou o fechamento de 70 lojas no Brasil — ao final de setembro, a Lavoro tinha 183 unidades no país.
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Suas ações, negociadas nos EUA, caíram mais de 20% este ano, depois de perder quase metade de seu valor em 2024.
O caso faz parte de uma desaceleração mais ampla da indústria do agronegócio no Brasil, que tem enfrentado uma onda de inadimplência de agricultores, já que anos de expansão fomentada por dívidas foram seguidos por uma queda nos preços de safras importantes e um aumento nas taxas de juros.
© 2025 Bloomberg L.P.
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