Bloomberg — Os consumidores devem esperar pagar menos por uma xícara de café a partir do próximo ano, segundo um dos principais torrefadores do mundo.
O preço dos grãos de café arábica no atacado despencou nos últimos meses após atingir o nível mais alto em mais de uma década no ano passado, mas os consumidores ainda enfrentam preços elevados para satisfazer seu vício. Isso ocorre porque as empresas estão trabalhando com estoques de grãos comprados em 2022, além de se adaptarem a custos mais altos de embalagem e energia.
No próximo ano, a diferença entre a queda nos preços de mercado e o que o consumidor acaba pagando deve começar a diminuir, segundo o fabricante italiano de café Luigi Lavazza.
“Compramos muito café em 2022 e ainda temos esse café em nossos estoques”, disse Giuseppe Lavazza, presidente da empresa, em uma entrevista. “Temos que vender o café pelo preço que compramos em 2022. Em 2024, teremos espaço para oferecer mais descontos e ter flexibilidade nos preços.”
Os torrefadores de café estão operando em um ambiente difícil, com taxas de juros mais altas e uma crise de custo de vida que ameaça reduzir o consumo.
Repassar os custos mais baixos pode ajudar a resgatar a demanda em declínio. Lavazza disse que acredita que uma “recessão não é improvável” e já há sinais de que os consumidores do Reino Unido estão reduzindo os gastos em resposta aos aumentos de preços.
“Atualmente, a situação ainda é altamente sensível. O contexto geopolítico é extremamente sério, os mercados ainda estão voláteis, os equilíbrios são incertos”, disse ele.
Uma recuperação na produção de café do Brasil pesou nos preços futuros no atacado dos grãos de café arábica. Isso, combinado com a queda do dólar, ajudou a aliviar a pressão inflacionária sobre os torrefadores.
Ao mesmo tempo, eles lidam com preços recordes de café robusta, já que a forte demanda pelos grãos mais baratos reduz a oferta. Lavazza espera que os preços do robusta comecem a diminuir ainda neste ano.
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