Início da safra de açúcar deve ser prejudicado pela seca, segundo traders e produtores

Chuvas abaixo da média em janeiro e fevereiro fizeram a Louis Dreyfus reduzir sua estimativa da quantidade de cana processada no Centro-Sul

Previsões de seis analistas e traders reunidas pela Bloomberg ainda apontam para uma produção de açúcar entre 40 milhões a 42 milhões de toneladas. (Foto: Paulo Fridman/Bloomberg)
Por Dayanne Sousa
13 de Março, 2025 | 11:44 AM

Bloomberg — Produtores e traders de açúcar esperam um começo de safra difícil no Brasil e têm reduzido algumas estimativas para a colheita de cana depois de o tempo seco prejudicar o desenvolvimento das plantas.

Chuvas abaixo da média durante janeiro e fevereiro levaram a Louis Dreyfus a reduzir sua estimativa da quantidade de cana processada no Centro-Sul, a principal região produtora, para 595 milhões de toneladas, ante 599 milhões no mês passado.

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“A perspectiva de um excedente global de açúcar nesta safra tornou-se mais incerta”, disse o diretor comercial da Dreyfus, Guilherme Correia, em meio à conferência Datagro Abertura de Safra Cana, Açúcar e Etanol em Ribeirão Preto.

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A Sucres et Denrees também vê um risco de queda nas estimativas atuais de 600 milhões de toneladas de cana moída, segundo o trader sênior Ulysses Carvalho, acrescentando que há preocupação de que algumas usinas possam decidir atrasar o início da colheita devido ao lento desenvolvimento da safra.

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Os futuros de açúcar bruto caíram 13% nos últimos 12 meses, já que se espera que a produção global seja maior do que a demanda total, depois de os vários anos de colheitas fracas reduzirem os estoques mundiais da mercadoria.

A menor quantidade de cana disponível poderia ser compensada pelas usinas brasileiras usando mais cana para a produção de açúcar em vez de etanol.

Previsões de seis analistas e traders reunidas pela Bloomberg ainda apontam para uma produção de açúcar entre 40 milhões a 42 milhões de toneladas, ante 39 milhões a 40 milhões no ano passado.

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As chuvas em março e abril serão cruciais para evitar perdas, disse Plinio Nastari, presidente do grupo de consultoria Datagro. Embora veja a umidade acumulada no solo ainda ajudando as plantações, ele espera rendimentos mais fracos nos primeiros meses da colheita em comparação à safra passada.

Pouca chuva caiu nos últimos 25 dias na região de Minas Gerais onde o produtor Jalles Machado possui uma fábrica. “Já houve um impacto negativo”, disse o diretor comercial Henrique Penna de Siqueira, que acrescentou que as perdas para os produtores da região podem ser amenizadas se chuvas fortes caírem nas próximas semanas.

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