Bunge corta projeção de lucros ao menor nível desde 2019 e cita incerteza geopolítica

Trading global de produtos agrícolas reduziu em 16% a previsão de lucro ajustado para 2025 versus o ano passado e citou que a visibilidade futura é limitada pelas incertezas

Granos
Por Gerson Freitas Jr
05 de Fevereiro, 2025 | 10:05 AM

Bloomberg — A Bunge Global informou que espera que os lucros deste ano diminuam para o nível mais baixo desde antes da pandemia, uma vez que a trading de produtos agrícolas será impactada pelo aumento da incerteza geopolítica.

As ações da empresa caíram até 4,7% em Nova York nesta quarta-feira (5) antes do horário normal de negociação.

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A Bunge projetou um lucro ajustado para o ano inteiro de US$ 7,75 por ação em 2025, uma queda de 16% em relação ao ano passado e abaixo da média das estimativas dos analistas compiladas pela Bloomberg News.

O valor, que exclui a aquisição pendente da Viterra, apoiada pela Glencore, seria o mais baixo desde 2019.

Os lucros que empresas como a Bunge obtêm com o comércio e o processamento de soja em farelo e óleo estão sob pressão devido ao aumento da oferta e à falta de clareza sobre a política de biocombustíveis dos Estados Unidos no governo de Donald Trump.

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Leia também: Canadá aprova aquisição da Viterra pela Bunge. Mas há condições

As perspectivas para 2025 também foram obscurecidas pela perspectiva de uma guerra comercial, à medida que Trump pressiona por tarifas, em particular contra a China.

"Nossa visibilidade futura é limitada pelo aumento da incerteza geopolítica", disse o CEO Greg Heckman no comunicado.

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O lucro ajustado foi de US$ 2,13 por ação nos três meses encerrados em dezembro, uma queda de 42% em relação ao ano anterior. Isso está abaixo da média das estimativas dos analistas compiladas pela Bloomberg e é o resultado mais baixo do quarto trimestre desde 2019.

A Bunge disse que recebeu a grande maioria das aprovações regulatórias para sua aquisição da Viterra e espera fechar a transação "em breve". A conclusão do negócio estava originalmente prevista para meados de 2024.

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