Governo prepara plano de resgate após onda de recuperação judicial no agronegócio

Em entrevista à Bloomberg News, ministro da Agricultura, Carlos Favaro, diz que financiamento forneceria um alívio para uma indústria que é o principal motor de crescimento econômico

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Bloomberg — O governo brasileiro está preparando um pacote de resgate para agricultores inadimplentes e empresas agrícolas que enfrentam dificuldades devido à queda dos preços do milho e da soja.

O governo está trabalhando com o banco estatal BNDES para financiar linhas de crédito adicionais para ajudar a refinanciar as dívidas de produtores, distribuidores de insumos agrícolas e revendedores de máquinas e combustíveis, disse Carlos Favaro, ministro da Agricultura e Pecuária do Brasil.

O plano inclui empréstimos em dólares ou em reais com um período de carência de dois anos e cinco anos para pagamento, afirmou o ministro.

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“O Brasil está vivenciando um bom momento no mercado mundial”, disse Favaro em entrevista à Bloomberg News. “O BNDES tem uma taxa de inadimplência muito próxima de zero, a mais baixa entre os bancos de investimento.”

Quanto ao tamanho do programa, ele disse que incluirá “tanto quanto for necessário”. Os detalhes serão anunciados neste mês, acrescentou.

O financiamento forneceria um alívio muito necessário para uma indústria que é o principal motor de crescimento econômico do Brasil.

Os agricultores do país estão entrando com pedido de recuperação judicial em uma taxa alarmante, afetando as vendas de produtos, incluindo fertilizantes e tratores, e prejudicando os investidores em fundos focados em agronegócio conhecidos como Fiagros.

Os preços das safras têm declinado desde meados de 2022, à medida que o excedente global de suprimentos compensa as perturbações comerciais causadas pela invasão da Ucrânia pela Rússia.

Um índice da Bloomberg que acompanha as principais commodities agrícolas despencou quase 16% no ano passado, a maior queda em uma década.

No Brasil, os preços caíram ainda mais, com milho e soja sendo negociados com grandes descontos em relação aos futuros em Chicago.

Favaro disse que o BNDES ainda precisa aprovar as linhas de crédito e determinar as condições para a concessão do dinheiro por meio dos bancos comerciais.

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