Efeitos do El Niño no Brasil e na Colômbia podem deixar o café mais caro

Preços haviam atingido o menor patamar em sete meses em agosto, mas passam a subir após nova atualização da previsão do tempo nas próximas semanas no país e na Colômbia

Plantação de café do tipo arábica: preços estavam em queda nos últimos meses, mas começam a se recuperar
Por Dayanne Sousa - Pratik Parija
30 de Agosto, 2023 | 03:26 PM

Bloomberg — Os futuros de café arábica, que atingiram uma mínima de sete meses em meados de agosto, voltaram a se recuperar nesta quarta-feira (30) diante de preocupações de que o El Niño traga tempo quente e chuvas irregulares para Brasil e Colômbia, dois grandes produtores.

O fenômeno meteorológico, que ocorre pela primeira vez em quase quatro anos, deve elevar as temperaturas e diminuir a precipitação nas próximas semanas no Brasil, disse a meteorologista Nadiara Pereira, do Climatempo. A diminuição das chuvas também é uma preocupação para a Colômbia, segunda maior produtora de café arábica.

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As condições climáticas extremas podem prejudicar a florada dos cafezais nas principais áreas produtoras dos dois países.

As chuvas já desencadearam a florada no Brasil, disse o analista Carlos Mera, do Rabobank. “Mas o risco é se não houver mais chuvas para sustentar essa florada.” Isso pode afetar a próxima safra, que começa em maio.

Os futuros de café arábica em Nova York afundaram entre abril e meados de agosto, com uma boa safra brasileira e o aumento das exportações.

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Nesta quarta-feira, o preço subiu até 1,9%, para US$ 1,5595 a libra-peso.

O risco de calor excessivo causado pelo El Niño também pode prejudicar a oferta brasileira de café robusta no próximo ano, disse o analista Fernando Maximiliano, da StoneX. Também conhecida como conilon, a variedade usada mais em café instantâneo já está escassa por causa da queda dos embarques do Vietnã e da Indonésia.

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