Gigante de fertilizantes aposta em hidrogênio verde para reduzir emissão de CO2

Yara, da Noruega, inaugurou uma usina de hidrogênio renovável no país em busca de descarbonizar processo que usa gás natural para a produção de amônia

Fertilizante da Yara
Por Stephen Treloar
13 de Junho, 2024 | 01:53 PM

Bloomberg — A maior fabricante de fertilizantes da Europa, a Yara International, inaugurou uma fábrica de hidrogênio renovável na Noruega, buscando descarbonizar um processo que usa gás natural como matéria-prima.

O setor de fertilizantes enfrenta uma tarefa difícil para reduzir as emissões, já que o gás é tanto uma matéria-prima quanto uma fonte de energia na produção de amônia.

A chamada amônia verde pode ser produzida pela combinação de hidrogênio obtido da eletrólise da água, usando energia renovável, com nitrogênio.

A instalação de testes de 24 megawatts, atualmente a maior planta de eletrólise de água da Europa, é um passo para reduzir as emissões na fábrica de Heroya, uma das maiores fontes de CO2 da Noruega fora do setor de petróleo e gás.

PUBLICIDADE

A nova instalação reduzirá em 5% as 800.000 toneladas de emissões anuais de CO2 de Heroya.

Leia também: Como a Basf planeja crescer em insumos agrícolas com o mercado em transformação

Svein Tore Holsether, CEO da Yara (à direita), e Jonas Gahr Store, primeiro-ministro da Noruega (Foto: Naina Helén Jåma/Bloomberg)

A fábrica, que foi inaugurada pelo primeiro-ministro norueguês Jonas Gahr Store em Porsgrunn, na região de Telemark, já entregou o primeiro fertilizante feito de amônia renovável produzido no local. Mas é improvável que haja mais expansão da capacidade de hidrogênio verde até que seja realizada uma conversão completa de toda a fábrica de amônia, disse o CEO da Yara, Svein Tore Holsether.

“Já atingimos o máximo do que podemos fazer tecnicamente para conectar isso à usina de amônia”, disse Holsether na segunda-feira (10). “Não é algo incremental.”

Enquanto isso, o fabricante de fertilizantes busca os chamados projetos de amônia azul, nos quais o gás natural é usado como matéria-prima e o dióxido de carbono resultante é armazenado no subsolo.

“A principal diferença aqui são os prazos”, disse Holsether. “A amônia verde provavelmente será dominante no futuro, mas para criar escala e de forma econômica, para fazer as coisas agora, a azul provavelmente será o vencedora.”

A empresa sediada em Oslo assinou um acordo com o projeto Northern Lights para transportar CO2 de sua unidade de Sluiskil, na Holanda, para ser armazenado no Mar do Norte, perto da Noruega. Ela também avalia projetos de captura de carbono nos EUA.

PUBLICIDADE

A Yara, que inventou um processo para produzir fertilizantes em massa há mais de um século, quer se tornar uma das principais empresas no fornecimento de energia limpa. Ela vê a amônia limpa como uma solução para descarbonizar setores desafiadores, como o transporte marítimo, a geração de energia e a agricultura.

A empresa opera a maior rede de amônia do mundo, com 15 navios e acesso a 18 terminais, além de vários locais de produção e consumo.

Veja mais em Bloomberg.com

Leia também

Produtores de suínos da China têm alívio com aumento do lucro