Exportadoras de café Atlântica e Cafebras buscam renegociar dívida após alta de preços

Empresas que fazem parte do grupo Montesanto Tavares Participações solicitaram um período de carência de 60 dias à Justiça enquanto renegociam com credores

O aumento de mais de 70% nos futuros do café impactou as finanças e o fluxo de caixa das empresas (Foto: Jonne Roriz/Bloomberg)
Por Dayanne Sousa - Clarice Couto
28 de Novembro, 2024 | 03:33 PM

Bloomberg — Uma alta nos futuros do café, que tem aumentado o custo financeiro de operar no mercado, levou duas empresas exportadoras do Brasil, o maior fornecedor mundial, a buscar a renegociação de suas dívidas.

As empresas, Atlântica Exportação e Importação e Cafebras Comércio de Cafés do Brasil, entraram com um pedido conjunto em um tribunal solicitando um período de carência de 60 dias.

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A medida é um passo preliminar que as empresas podem usar enquanto renegociam com os credores, a fim de evitar passar por um processo formal de recuperação judicial, disse Daniel Vilas Boas, advogado das empresas.

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Em um documento apresentado pelos advogados das empresas ao tribunal e consultado pela Bloomberg News, a Atlântica é descrita como uma das principais exportadoras de café arábica do Brasil, com uma participação de 8% nas vendas. Ambas as empresas fazem parte do Grupo Montesanto Tavares Participações, com sede em Minas Gerais.

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O movimento ilustra como um aumento acentuado nos preços do café pode se tornar um fardo para os exportadores, que compram e vendem suprimentos físicos de café e usam o mercado de futuros para fazer hedge.

Com a alta de mais de 70% dos futuros do café arábica neste ano, as empresas têm que lidar com o aumento dos custos de hedge devido a chamadas de margem mais altas.

"O aumento imprevisível dos preços observado em 2024 teve uma enorme consequência em suas finanças, estressando ainda mais seu fluxo de caixa, uma vez que começaram a sofrer com constantes chamadas de margem", de acordo com o documento datado de 26 de novembro.

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Em uma carta assinada pela equipe de gestão das empresas, a Atlântica e a Cafebras disseram que continuam a operar normalmente. “Reafirmamos nossa confiança na superação dessas dificuldades”, afirmaram.

Os contratos futuros de café em Nova York ampliaram a alta desenfreada na quarta-feira (27), atingindo o nível mais alto em mais de quatro décadas.

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