Bloomberg — Os Estados Unidos estão vendo uma forte demanda para o seu programa de ajuda aos agricultores que busca recuperar mercados de rivais no exterior, incluindo Brasil e Rússia, com grupos agrícolas buscando mais de US$ 900 milhões em auxílio.
O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos recebeu inscrições para mais de três vezes os US$ 300 milhões disponibilizados na primeira rodada de um plano de exportação de cinco anos, de acordo com Daniel Whitley, responsável pelo Serviço Agrícola Estrangeiro do USDA.
O Programa Regional de Promoção Agrícola de US$ 1,3 bilhão, anunciado no ano passado, visa ajudar a indústria a explorar novos destinos para os produtos agrícolas americanos.
Os Estados Unidos estão investindo na indústria agrícola na tentativa de recuperar os mercados perdidos ao longo da última década.
O Brasil ultrapassou os Estados Unidos no ano passado como o principal exportador mundial de milho, depois de fazer anteriormente o mesmo com a soja, enquanto a Rússia ultrapassou os Estados Unidos no trigo.
“Muitos de nossos concorrentes estão ativos promovendo seus produtos ao redor do mundo”, disse Whitley na convenção anual da Associação Nacional de Grãos e Ração em Orlando na segunda-feira.
“É importante que ofereçamos todas as ferramentas necessárias para que os americanos tenham sucesso, e é isso que este programa faz — permite que nossos agricultores cresçam e expandam suas atividades”.
Os recursos devem ser usados para diversificar mercados, com uma das principais apostas para reverter o declínio dos Estados Unidos sendo novos mercados de exportação no Sudeste Asiático, Oriente Médio e África.
Whitley espera que os participantes sejam selecionados até o final da primavera ou início do verão no hemisfério norte.
Os Estados Unidos estão incentivando o setor privado “a buscar mais mercados, a ser mais diversificado na promoção de seus produtos e na construção de uma base de consumidores”, disse Whitley em entrevista no evento.
Ele está bem otimista em relação à África. O continente, que se espera que abrigue 25% da população global até 2050, tem uma classe média em crescimento, maior poder de compra e um “forte reconhecimento pela marca dos Estados Unidos”.
“É vital que levemos nossas empresas, nossos produtos e nossas indústrias para lá agora, e não esperemos até que seja tarde demais”, disse Whitley, observando que concorrentes como a China já estão na região. “Acredito que a África representa uma grande oportunidade.”
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