Bloomberg — O atual El Niño pode se se tornar um dos eventos mais intensos de sua categoria na história, à medida que o fenômeno climático se aproxima de sua força máxima nas próximas semanas.
O fenômeno é impulsionado pelo aquecimento das águas ao longo do Pacífico equatorial, e as chances de aumento das temperaturas oceânicas aumentaram, amplificando a influência do El Niño nos padrões climáticos globais.
Agora, há uma chance de 54% de as temperaturas da água atingirem 2°C acima do normal na região-chave do Oceano, de acordo com o Centro de Previsão Climática dos EUA. Essas chances eram calculadas em 35% apenas um mês atrás.
Esse aquecimento tornaria este El Niño “historicamente forte” e entre os cinco mais intensos desde 1950, afirmou o centro. A agência prevê uma chance de 75% de que esse evento persista até maio antes que o Pacífico comece a retornar ao seu estado neutro.
O El Niño provoca mudanças no clima ao redor do mundo, estimulando o aumento das tempestades no sul dos EUA, além de secas e incêndios na Austrália. Ele foi responsabilizado por colheitas ruins de café no Vietnã e problemas com o cacau na África. Já está prejudicando as colheitas de soja na parte central do Brasil.
O fenômeno climático já colocou 2023 no caminho para ser um dos anos mais quentes registrados, com o Ártico atingindo máximas históricas.
Um El Niño persistente pode trazer mais tempestades e clima mais frio para o sul dos EUA de dezembro a fevereiro, juntamente com condições mais amenas em estados do norte e partes do Canadá. Ainda assim, a meteorologista Michelle L’Heureux disse que tais circunstâncias não são garantidas, pois o inverno relativamente ameno no norte dos EUA também está sendo reforçado pelas mudanças climáticas e tendências que tendem a trazer condições quentes.
“Um evento forte aumenta a probabilidade dos impactos, mas não os garante”, disse L’Heureux por telefone.
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