Bloomberg — Botsuana se tornou o mais recente país do sul da África a buscar grãos do Brasil, depois que o El Niño provocou a pior seca dos últimos 40 anos na região.
O Conselho de Comercialização Agrícola de Botsuana disse que a agência estatal responsável pela manutenção de reservas estratégicas está recorrendo a importações de fora da África tanto de milho quanto de sorgo.
No mês passado, a Associação de Moedores de Grãos do Zimbábue, que também sofre com a seca, disse que enviaria uma delegação a São Paulo para buscar mais de 300.000 toneladas de milho.
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“Continuamos a explorar países distantes, como Brasil e Austrália”, disse Adelaide Johnson, porta-voz do conselho de Botsuana, em resposta a perguntas.
A rara medida de Botsuana é mais um sinal da devastação que a seca está causando em todo sul da África. Na segunda-feira (20), a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral, composta por 16 nações, apelou por pelo menos US$ 5,5 bilhões em assistência para fazer face às secas e inundações causadas pelo El Niño.
Entre 2003 e 2022, quase todas as importações de milho de Botsuana vieram da vizinha África do Sul, que também sofre com o tempo seco, e não constam compras do Brasil no período.
Importações de fora do continente são “muito incomuns”, disse Wandile Sihlobo, economista-chefe da Câmara de Negócios Agrícolas da África do Sul. “Dada a extensão da seca este ano, é compreensível que Botsuana procure importações de grãos de países como Austrália e Brasil.”
A Austrália é o segundo maior exportador mundial de sorgo, segundo o Banco Mundial. Milho e sorgo são usados para fazer alimentos básicos em Botsuana.
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