Deere mantém projeção de lucro apesar de demanda menor por máquinas

Gigante do setor e ‘termômetro’ da economia, dona da marca John Deere espera um lucro líquido anual de cerca de US$ 7 bilhões; vendas caíram 17% no trimestre mais recente

John Deere
Por Michael Hirtzer
15 de Agosto, 2024 | 01:36 PM

Bloomberg — A Deere (DE) manteve o guidance (projeção) de lucro anual, à medida que a maior fabricante de tratores do mundo procura cortar custos em meio a uma desaceleração no mercado de máquinas agrícolas.

A empresa sediada em Moline, no estado de Illinois, disse que o lucro líquido para o atual ano fiscal deve ser de cerca de US$ 7 bilhões, no mesmo nível de sua projeção em maio e acima da estimativa da Bloomberg de US$ 6,94 bilhões.

A empresa divulgou um lucro líquido de US$ 1,73 bilhão no terceiro trimestre, acima da estimativa de US$ 1,59 bilhão, o que é uma das razões para o guidance acima das expectativas..

Os negócios da Deere, fundada em 1837, são considerados um termômetro da economia americana. A empresa demitiu funcionários recentemente para lidar com a queda da demanda por seus tratores verdes e amarelos em relação aos níveis recordes de dois anos atrás. A Deere também recuou nos esforços de diversidade após a pressão de ativistas conservadores.

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Os analistas esperavam que a empresa cortasse suas projeções pelo terceiro trimestre consecutivo, depois que a rival AGCO (AGCO) reduziu seu guidance em US$ 1 bilhão em julho. Em vez disso, a Deere manteve sua perspectiva inalterada, mesmo depois que as vendas líquidas globais da empresa caíram 17% em seu terceiro trimestre fiscal.

“Em resposta às fracas condições do mercado, tomamos medidas para reduzir custos e alinhar estrategicamente nossa produção às necessidades dos clientes”, disse o CEO da Deere, John May, em um comunicado nesta quinta-feira (15). “Embora essas decisões tenham sido difíceis, elas são vitais para nosso sucesso e para a nossa competitividade contínuos.”

Os preços de produtos agrícolas têm oscilado em torno dos níveis mais baixos desde 2020, dando aos agricultores menos capital para investir em novos equipamentos ou terras.

Ainda assim, o Departamento de Agricultura dos EUA projeta que os rendimentos do milho e da soja, as duas culturas mais cultivadas nos Estados Unidos, serão recordes este ano, deixando os produtores com mais alqueires para vender.

A empresa prevê que as vendas este ano na América do Norte serão cerca de 15% menores. Para a América do Sul, a projeção é de um recuo de 15% a 20%.

Ao mesmo tempo, a empresa espera que os preços das máquinas de produção agrícola para o ano fiscal de 2024 sejam cerca de 2% mais altos, um pouco melhor do que seu guidance de maio, que previa ganhos de 1,5%.

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