Bloomberg — A China passou a utilizar menos soja em rações de animais como parte de seus esforços para aumentar a segurança alimentar - o que pode impactar os preços globais.
Prevê-se uma diminuição na demanda chinesa por soja para rações em 2023, pois o país busca reduzir sua dependência de suprimentos estrangeiros e fortalecer a segurança na produção de grãos.
O Ministério da Agricultura anunciou esta semana que espera que a indústria de rações da China tenha reduzido o uso de soja em 9,1 milhões de toneladas este ano. Isso ocorre porque a proporção de farinha de soja nas rações diminuiu em 1,5 ponto percentual.
A China tem trabalhado para diminuir sua dependência de importações estrangeiras, especialmente dos Estados Unidos e do Brasil, promovendo a produção local e reduzindo o uso de farinha de soja.
Apesar da diminuição no consumo de soja em rações, as importações de soja no país continuam elevadas. A China importa mais de 80% da soja que consome, e as importações têm se mantido em níveis altos.
Esses suprimentos não são utilizados apenas para rações, mas também para atender à demanda por óleo de cozinha e para repor reservas.
Nos primeiros 11 meses até novembro, as importações de soja aumentaram mais de 10% em comparação com o ano anterior, atingindo cerca de 90 milhões de toneladas, o nível mais alto em três anos, segundo dados aduaneiros da China.
Os produtores industriais de rações reduziram o consumo de farinha de soja em 11% de janeiro a novembro, apesar do aumento de 4% na produção de rações, conforme informado pelo Ministério da Agricultura.
Pequim iniciou uma campanha há três anos para reduzir o uso de farinha de soja nas rações, promovendo receitas de rações com baixo teor de proteína e explorando recursos proteicos alternativos.
Isso inclui o uso de resíduos de cozinha e o estímulo a uma dieta mais baseada em pasto para vacas e ovelhas, em vez de cereais.
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