Bloomberg — A China restringiu ainda mais as exportações de fertilizantes, pois busca conter os preços internos, reduzir os custos agrícolas e reforçar a segurança alimentar com a oferta de grãos.
As restrições impostas no início deste mês se aplicam à ureia, um fertilizante à base de nitrogênio, e aos fosfatos, de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto ouvidas pela Bloomberg News, que não quiseram ser identificadas para discutir uma questão delicada.
Nos últimos anos, a China foi um dos principais fornecedores desses dois tipos de fertilizantes, e as novas restrições correm o risco de elevar os preços dos nutrientes essenciais para as culturas em todo o mundo.
As exportações de ureia e fosfatos já haviam desacelerado este ano, após os limites estabelecidos no final de 2023. Agora, os embarques de ureia foram totalmente interrompidos, disseram as fontes. No caso dos fosfatos, a alfândega intensificou as inspeções nas cargas de saída, o que pode reduzir ainda mais as vendas, disseram as pessoas.
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Um fax enviado pela reportagem à administração alfandegária da China para comentar o assunto não obteve resposta imediata.
Os formuladores de políticas da China enfrentam uma série de sinais preocupantes do setor agrícola. Os agricultores têm lutado contra a queda nos preços dos grãos e os custos elevados, o que levou a medidas para proteger o mercado interno.
Ao mesmo tempo, eventos climáticos extremos representam uma ameaça crescente à produção agrícola nas principais regiões de cultivo do país. Os futuros da ureia local, que caíram para o nível mais baixo em nove meses no início de abril, tiveram uma recuperação.
As exportações totais de fertilizantes da China subiram para uma alta de seis meses de quase 2,5 milhões de toneladas em maio, já que as vendas de sulfato de amônio, outro nutriente à base de nitrogênio, compensaram a queda nos outros produtos. A China normalmente importa o terceiro principal tipo de fertilizante, à base de potássio.
Recentemente, em 2020, a China era o segundo maior exportador de fertilizantes do mundo, depois da Rússia. Mas o aumento dos preços, principalmente após a invasão da Ucrânia por Moscou, forçou Pequim a limitar as vendas, que foram periodicamente relaxadas e restringidas de acordo com as circunstâncias. Em 2023, a China ainda era o principal fornecedor mundial de ureia e do fosfato mais usado no mundo.
-- Com a colaboração de Winnie Zhu.
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