China avalia habilitar de 10 a 15 frigoríficos brasileiros para exportar carnes

Anúncio pode ocorrer no próximo mês, durante o G20 no país, segundo disse o ministro de Agricultura, Carlos Fávaro, no evento Bloomberg New Economy at B20

Empresas brasileiras podem ser beneficiadas com habilitação de novas plantas para exportação (Fonte: Dado Galdieri/ Bloomberg)
Por Clarice Couto - Dayanne Sousa
24 de Outubro, 2024 | 10:10 AM

Bloomberg — O Brasil negocia a aprovação da China para que mais frigoríficos possam exportar para o país asiático, segundo o ministro de Agricultura, Carlos Fávaro.

Atualmente, as negociações acontecem para obter autorização de 10 a 15 instalações de carne bovina, de frango e suína, disse Fávaro durante o evento Bloomberg New Economy, em São Paulo, na terça-feira (22).

Um anúncio poderia ser feito já no próximo mês, durante a reunião do G20 no Brasil, acrescentou o ministro.

A China é o principal mercado para a carne bovina, de frango e suína brasileira, e ter mais plantas aprovadas para exportação seria um benefício para empresas como a JBS (JBSS3), a principal fornecedora de carne, e suas rivais Minerva (BEEF3), Marfrig (MRFG3) e BRF (BRFS3).

PUBLICIDADE

Leia mais: EUA e China na América Latina: como as potências se movem pela região

O país asiático, o maior comprador de commodities do mundo, responde por cerca de 14% das exportações de frango do Brasil e quase metade dos embarques de carne bovina.

As conversas ocorrem no momento em que Fávaro disse que o Brasil deveria aderir à Iniciativa Cinturão e Rota da China, o principal programa de infraestrutura e comércio global da China, para combater as medidas protecionistas dos EUA e da União Europeia.

A ideia dividiu o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que busca atrair novos investimentos para a maior economia da América Latina.

“O processo sanitário para aprovar os frigoríficos está em andamento”

“O processo sanitário para aprovar os frigoríficos está em andamento”, disse Fávaro, que disse que também trabalhava para abrir o mercado chinês para novos produtos agrícolas, como sorgo, uvas, sementes de gergelim e subprodutos de carne suína, como pés e orelhas.

A última vez que a China liberou frigoríficos brasileiros para exportação foi em março. Na ocasião, 38 instalações foram aprovadas.

O Brasil ampliou sua participação no comércio global de carne nos últimos anos, já que seus concorrentes, incluindo os EUA, enfrentam restrições de fornecimento.

PUBLICIDADE

O país sul-americano deve responder por 36% de todas as exportações de frango e 28% de todos os embarques de carne bovina neste ano, segundo dados do Departamento de Agricultura dos EUA.

A ideia de aderir à Iniciativa Cinturão e Rota provocou um debate no governo de Lula. Isso porque alguns ministros argumentam que é necessário atrair novos investimentos maciços, enquanto outros temem que a parceria possa prejudicar as relações existentes com os EUA e a UE.

Apesar disso, Favaro argumentou que isso poderia ser feito sem “criar disputas com ninguém”.

Veja mais em Bloomberg.com

Leia também:

Brasil manterá tarifas sobre a importação de etanol, diz ministro de Agricultura