Cargill assegura controle integral da SJC Bionergia e avança em biocombustíveis

Presidente da trading global no Brasil, Paulo Sousa, disse em nota que a aquisição representa um reforço na estratégia de crescimento da companhia em energias renováveis

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Bloomberg Línea — A Cargill vai assumir o controle de toda a operação da SJC Bionergia. A trading global acaba de assinar o acordo de compra e venda dos 50% que ainda não detinha de participação na empresa brasileira. O valor da transação não foi divulgado.

A SJC possui duas usinas agroindustriais em Goiás, uma em Cachoeira Dourada (Usina Rio Dourado) e outra em Quirinópolis (Usina São Francisco). Cerca de 4.000 pessoas trabalham em ambas as usinas.

Inicialmente, a Cargill adquiriu 50% da empresa em 2011, quando formou uma joint venture com o grupo USJ (Usina São João), que nasceu a partir da visão da família do empresário José Ometto.

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Em 2021, o grupo USJ entrou com pedido de recuperação judicial - pouco mais de um ano depois, a participação do grupo na joint venture foi vendida como parte do plano de recuperação para a NK 152 Empreendimentos e Participações.

Como a Cargill já possuía 50% do controle da empresa tinha a preferência para assumir o controle diante dos credores - e foi esse direito que pelo qual ela decidiu exercer.

“Ter a SJC como uma empresa 100% controlada pela Cargill é um reforço importante em nossa estratégia de crescimento em energias renováveis”, afirmou Paulo Sousa, presidente da Cargill no Brasil, em comunicado.

O executivo disse que a multinacional investiu mais de R$ 6,8 bilhões em operações no país nos últimos anos.

Fundada em 2011, a SJC diz em seu site que elevou sua capacidade anual de processamento ao longo de sua trajetória e passou de 1,3 milhões de toneladas para 9 milhões de toneladas equivalentes de cana-de-açúcar por safra.

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A SJC processa cana de açúcar e milho e produz açúcar bruto, etanol hidratado e anidro, óleo de milho e grãos secos de destilaria (DDGs) com alto teor de proteína. A empresa também gera eletricidade.

A transação ainda será submetida ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e depende do cumprimento das condições previstas em contrato.

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