Bloomberg — A Bunge Global, uma das maiores tradings de produtos agrícolas do mundo, recebeu a aprovação do Canadá para a aquisição da Viterra por US$ 8 bilhões.
A decisão anunciada na terça-feira (14) foi tomada depois que atrasos nas aprovações regulatórias em todo o mundo adiaram a conclusão do negócio, anteriormente previsto para meados de 2024. A aprovação do Canadá vem com condições que incluem algumas vendas de ativos.
A Bunge é o “B” do quarteto de tradings de commodities agrícolas do ABCD, que dominam os mercados de safras há mais de um século.
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O acordo para adquirir a Viterra, anunciado em junho de 2023, criaria um gigante de US$ 25 bilhões capaz de competir com a elite do setor: Cargill e Archer-Daniels-Midland, o “A” e o “C.” Louis Dreyfus representa o “D.
“Este é um marco importante no processo de conclusão da transação Bunge-Viterra”, disse a Bunge em um comunicado. “Com a aprovação canadense, estamos prestes a concluir o processo regulatório e esperamos fechar a transação no início de 2025.”
A Bunge ainda aguarda a aprovação da China. As ações da empresa caíram 0,5% no início do pregão de quarta-feira.
O órgão de vigilância antitruste do Canadá já havia levantado preocupações, e disse que a empresa terá “efeitos anticompetitivos substanciais” nos mercados agrícolas.
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Em um artigo de opinião em uma publicação comercial canadense no ano passado, o CEO da Bunge, Greg Heckman, procurou acalmar as preocupações, e disse que o acordo seria bom para o Canadá e não resultaria no fechamento de nenhuma instalação no país.
Ele também enfatizou que não concordava com as conclusões de um relatório que apontava preocupações sobre a participação da Bunge na G3, uma joint venture entre a gigante norte-americana do setor agrícola e a Saudi Agricultural & Livestock Investment.
Como parte da aprovação, a Bunge precisará vender seis elevadores de grãos no oeste do Canadá. Também serão impostos controles sobre a participação minoritária da Bunge na G3 e um compromisso da empresa de investir pelo menos C$ 520 milhões (US$ 362 milhões) no Canadá nos próximos cinco anos.
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O acordo é de interesse público do Canadá, de acordo com uma declaração de Anita Anand, ministra responsável pelo transporte e comércio interno do Canadá.
“Os termos e condições ajudam a garantir que a aquisição não terá um impacto negativo sobre a concorrência no setor de grãos e sementes oleaginosas do Canadá”, disse a declaração.
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