Café mais caro? Baixa oferta do Brasil pode elevar preços em até 25%, diz CEO da Illy

Alta recorde dos grãos de qualidade pode inflacionar o custo para os consumidores e prejudicar a demanda no mercado global, segundo CEO da empresa italiana

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Bloomberg — A recente alta do café pode fazer com que os preços para os consumidores aumentem nos próximos meses e prejudiquem a demanda, de acordo com Andrea Illy, presidente da torrefadora italiana Illycaffè.

Os futuros dos grãos arábica de alta qualidade, preferidos por marcas como Illy e Starbucks, estão em alta, dobrando no último ano e sendo negociados acima de US$ 8 por quilo nesta semana.

O foco do problema tem sido a oferta mais restrita do Brasil, o maior produtor de café, e as preocupações de que a próxima safra de arábica também possa ser afetada pelo mau tempo.

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Perguntado se os preços de varejo poderiam aumentar até 20-25% nos próximos meses, Illy disse à Bloomberg TV que “é possível”.

O aumento dos preços já prejudicou a demanda nos principais mercados e está começando a frear o crescimento do consumo, outrora em alta, nas economias emergentes.

A Illy disse que permanece o risco de que a alta dos preços faça com que as pessoas diminuam o consumo de cafeína.

O recente aumento - os futuros do arábica estão na mais longa sequência de alta já registrada - foi alimentado por uma falta de percepção sobre a oferta futura e especulação de curto prazo, acrescentou.

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Além dos estoques nos armazéns monitorados pela bolsa, não se sabe ao certo a quantidade de oferta disponível nos países de origem e de destino, disse Illy. "Estamos navegando às cegas nesse mercado".

O contrato futuro do café arábica mais ativo em Nova York subiu apenas cerca de 1% na sexta-feira e está a caminho de um ganho semanal de cerca de 6%.

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