Bunge aposta em novo tipo de semente para energias renováveis com a biotech Moolec

Empresas vão trabalhar no desenvolvimento de uma nova variedade genética de cártamo, uma planta oleoginosa, para melhorar a produção para biocombustíveis

Bunge desenvolverá sementes para energias renováveis com a Biotech Moolec
Por Jonathan Gilbert
08 de Agosto, 2024 | 04:34 PM

Bloomberg — A trading de commodities Bunge Global e a empresa de agricultura molecular Moolec Science editarão conjuntamente os genes de cártamo para melhorar a planta oleaginosa para o uso na produção de biocombustíveis.

As unidades argentinas das duas empresas pretendem “desbloquear todo o potencial do cártamo”, desenvolvendo linhagens que aumentem a produtividade da cultura para uso em biocombustíveis e outros mercados, de acordo com um comunicado conjunto distribuído pela Moolec.

“A Bunge está continuamente buscando novas opções de matéria-prima sustentável para biocombustíveis”, disse Jorge Bassi, chefe de desenvolvimento de negócios da Bunge na Argentina, no comunicado, acrescentando que o empreendimento da Moolec pode se estender à soja.

A colaboração faz parte de um esforço do setor para formular novas maneiras de obter mais das colheitas para satisfazer a crescente demanda por combustíveis mais limpos.

PUBLICIDADE

O diesel renovável, um biocombustível quimicamente equivalente ao combustível derivado do petróleo, é frequentemente apontado como uma das melhores maneiras de reduzir as emissões do setor de transporte pesado, difícil de eletrificar.

Leia também: Nova geração do agronegócio impulsiona o Brasil à frente dos Estados Unidos

A Moolec já trabalha para tornar a planta adequada para regiões onde não é amplamente plantada pelos agricultores, disse Martin Salinas, diretor de tecnologia da Moolec.

Não é a primeira vez que os cientistas da empresa trabalham com o cártamo: no passado, eles desenvolveram variedades para produzir uma enzima para a fabricação de queijos e um ácido graxo para uso médico.

A Moolec é mais conhecida por seus esforços para inserir genes animais em plantas para produzir culturas ricas em proteínas que podem ser usadas em carnes alternativas. A empresa faz parte do Grupo Bioceres, que, por meio de outra de suas unidades, busca colocar no mercado o primeiro trigo geneticamente modificado do mundo.

Outros gigantes da agricultura também fizeram experiências com empresas de biotecnologia e startups para focar no meio ambiente e na saúde. No ano passado, a Archer-Daniels-Midland (ADM) firmou parcerias para desenvolver carne cultivada em laboratório e produzir alimentos que melhorem a saúde intestinal. Este ano, a Cargill anunciou um empreendimento de distribuição de chocolate sem cacau, após ter investido anteriormente em carne de origem vegetal.

-- Com a ajuda de Gerson Freitas Jr.

Veja mais em Bloomberg.com