Brasil estende restrições e suspende todas as exportações de frango para a China

Medida foi tomada depois que foi detectado caso de doença de Newcastle em uma granja no Rio Grande do Sul; vendas para a Argentina e a UE já tinham sido suspensas

Por

Bloomberg — O Brasil suspendeu todas as exportações de frango para a China depois que uma doença em aves foi encontrada em uma granja comercial, ampliando uma proibição anterior e desferindo um golpe nos frigoríficos, incluindo a BRF (BRFS3).

As restrições autoimpostas - que também incluem a proibição total das exportações para a União Europeia e a Argentina - podem reduzir os embarques totais de frango em até 15% enquanto estiverem em vigor, de acordo com a associação de produtores ABPA.

A medida foi tomada depois que o país, maior fornecedor de frangos do mundo, detectou a doença de Newcastle em uma granja no estado do Rio Grande do Sul.

A proibição é um grande revés para os produtores brasileiros, que ainda não se recuperaram totalmente depois de anos de margens de lucro reduzidas por uma combinação de custos crescentes e excesso de oferta.

As restrições têm potencial de restringir o fornecimento global da proteína, beneficiando concorrentes em países como os EUA.

Leia também: China transforma terra improdutiva em novas fazendas para reduzir dependência

A China importou cerca de 276.000 toneladas de frango do Brasil no primeiro semestre de 2024, ou 11% do total de embarques do país.

As exportações de frango do Brasil geraram receitas de US$ 4,6 bilhões no primeiro semestre de 2024, de acordo com dados do governo.

A doença de Newcastle, que ataca os sistemas respiratório, nervoso e digestivo das aves, foi registrada na quarta-feira (17).

O caso parece ser isolado, pois não há sinais de que o vírus esteja se espalhando, de acordo com o ministro da Agricultura do Brasil.

-- Com a colaboração de Dayanne Sousa.

Veja mais em Bloomberg.com

Leia também

Indústria de carne e leite pode avançar para mitigar impacto no clima, diz estudo