Bloomberg — A Argentina está a caminho de produzir sua melhor safra de soja depois de cinco temporadas — 52 milhões de toneladas métricas — à medida que as chuvas impulsionadas pelo El Niño irrigam campos que estavam ressecados há vários anos de seca.
A previsão para a colheita no segundo trimestre aumentou 4% em relação a uma estimativa de dezembro, conforme relatado pela Bolsa de Comércio de Rosario em um relatório mensal. A produção está prestes a se recuperar depois que a precipitação finalmente chegou a uma vasta região oeste do cinturão agrícola de Pampas.
“A mudança no oeste tem sido notável em todo o país”, escreveram os analistas liderados por Cristian Russo no relatório. Uma colheita argentina de soja de 52 milhões de toneladas superaria a safra minguada do ano passado em 160%, afetando não apenas as negociações de futuros de referência em Chicago, mas também as chances de o novo presidente, Javier Milei, conseguir reverter a economia do país. Isso ocorre porque os embarques do grão normalmente representam cerca de um quarto de todas as receitas de exportação do país, pagas em dólar.
A Argentina costuma ser a maior exportadora de farelo de soja e óleo de soja, além de ser a terceira maior fornecedora de milho. No entanto, a seca na última temporada foi tão intensa que o Brasil a ultrapassou pela primeira vez em 25 anos como o maior fornecedor mundial de farelo. A previsão de Rosario está alinhada com as estimativas da empresa canadense de análise via satélite EarthDaily, que recentemente aumentou sua previsão base para a safra argentina de soja para 52,4 milhões de toneladas.
Os analistas de Rosario também elevaram sua estimativa mensal de milho em 5,4% para 59 milhões de toneladas, o que seria uma safra recorde, à medida que solos úmidos impulsionam o potencial de rendimento das plantas.
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