Bloomberg — As exportações de carne da Alemanha estão ameaçadas após o primeiro caso de febre aftosa no país em quase quatro décadas, em outro possível golpe para os produtores do país.
A doença pode afetar animais como gado, ovelhas e porcos e foi encontrada em búfalos perto de Berlim, no primeiro caso desde 1988. O surto fez com que o Reino Unido suspendesse as importações de carne bovina, suína e alguns produtos lácteos do país.
A Coreia do Sul e o México também proibiram as importações de carne suína, informou o governo alemão.
Leia também: China investiga importações de carne bovina e coloca produtores do Brasil em alerta
“O fluxo de carne e de mercadorias pela Europa foi virado de cabeça para baixo da noite para o dia”, disse Per Fischer Larsen, vice-presidente sênior de vendas do setor na Danish Crown, produtora europeia de carne suína, em um comunicado, referindo-se à suspensão das compras pela Grã-Bretanha, um dos principais compradores de carne suína de fora da UE.
A empresa, a maior produtora de carne suína do continente, possui três abatedouros na Alemanha.
O surto - especialmente se ele se espalhar - é o mais recente revés para o setor pecuário do país, que viu a produção encolher devido a desafios como o aumento dos custos de energia e o surto de peste suína africana entre os suínos, que restringiu o livre comércio na região.
Isso forçou o fechamento de algumas plantas, enquanto o tamanho dos rebanhos também diminuiu em meio à redução do consumo nos mercados domésticos. A Alemanha é um dos maiores exportadores de carne suína da União Europeia.
A proibição do movimento local de animais foi estendida até quarta-feira para evitar a disseminação da doença, e “a principal prioridade agora é conter a disseminação do vírus”, disse o porta-voz do Ministério da Agricultura alemão, Michael Hauck, em uma coletiva de imprensa.
A febre aftosa é uma doença altamente contagiosa que afeta o gado. Ela é caracterizada por febre e feridas semelhantes a bolhas na língua e nos lábios, na boca, nas tetas e entre os cascos.
“Todos os esforços devem ser feitos para conter esse surto”, disse o presidente da Associação de Agricultores Alemães, Joachim Rukwied, em um comunicado divulgado na segunda-feira (13). “O prejuízo econômico para os criadores de gado é significativo porque os mercados de exportação serão perdidos.”
Veja mais em bloomberg.com