Bloomberg — Dois dos investidores imobiliários mais ricos do país abandonaram o Reino Unido como seu território de residência, as mais recentes saídas entre a elite do país, já que a nação atinge os residentes ricos com aumentos de impostos.
Os britânicos Ian e Richard Livingstone agora listam Mônaco como seu local de residência habitual, depois de citarem anteriormente o Reino Unido, de acordo com os registros no cartório. A mudança aumenta os laços dos irmãos bilionários com a cidade-estado da Riviera Francesa, onde eles mantêm grandes investimentos há mais de uma década.
A mudança para os fundadores da empresa imobiliária London & Regional entrou em vigor entre o final de março e o início de abril, segundo os registros.
Pouco antes, o governo trabalhista de Keir Starmer introduziu mudanças tributárias abrangentes anunciadas no orçamento de outono do Reino Unido em outubro, incluindo restrições ao abatimento de ativos herdados, bem como impostos mais altos sobre ganhos de capital e investimentos em private equity.
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Um representante de Ian, 62, e Richard, 60, não quis comentar. Os irmãos têm uma fortuna combinada de cerca de US$ 8,5 bilhões, de acordo com o Bloomberg Billionaires Index.
As ações dos Livingstones ressaltam como até mesmo cidadãos britânicos bilionários estão se juntando a estrangeiros ultrarricos, como o egípcio Nassef Sawiris e o belga Frederic de Mevius, para reduzir os laços com o Reino Unido, enquanto enfrentam uma série de mudanças que afetam suas finanças.
As saídas também estão atingindo a City de Londres. Richard Gnodde, do Goldman Sachs, está se mudando de Londres para Milão, de acordo com um porta-voz do banco. Ele foi nomeado vice-presidente em janeiro, depois de dirigir os negócios internacionais do Goldman durante anos, e é uma das figuras mais conhecidas da City.
Há muito tempo um bastião de estabilidade jurídica e política, o Reino Unido tradicionalmente tem se destacado como um centro de riqueza global - mas sua reputação foi afetada após o Brexit e o fluxo de primeiros-ministros desde 2016.
O Reino Unido também reduziu repetidamente os incentivos para indivíduos ricos que vivem no país, incluindo a eliminação de isenções de impostos sobre herança para trusts estrangeiros como parte dos esforços da chanceler Rachel Reeves para tapar o que ela descreveu como um rombo econômico de £40 bilhões (US$53 bilhões).
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Mônaco costuma ser o destino favorito daqueles que querem sair do Reino Unido, onde o 1% do topo da pirâmide normalmente contribui com mais de um quarto do total de impostos sobre a renda.
Menor que o Central Park de Nova York, Mônaco não impõe impostos sobre ganhos de capital ou renda e tem generosas isenções para bens herdados. O país também oferece altos níveis de segurança em comparação com outros territórios europeus.
Outros bilionários do Reino Unido que se mudaram para o principado mediterrâneo incluem Jim Ratcliffe, o fundador da gigante de produtos químicos Ineos, que se mudou para lá por volta de 2018, em parte devido ao avanço do então líder da ala esquerda do Partido Trabalhista, Jeremy Corbyn.
Filhos de um dentista, os irmãos Livingstone cresceram em Londres e começaram a construir seu império imobiliário na década de 1990, adquirindo ativos problemáticos no Reino Unido após uma queda nos preços.
Ian, que estudou optometria na faculdade, também montou uma empresa de óculos, que acabou se expandindo para mais de 200 lojas. Ele vendeu sua participação para o Grupo Luxottica de Leonardo Del Vecchio em 2010.
O portfólio imobiliário da London & Regional agora inclui cinemas em Londres, escritórios em Madri e o Fairmont Monte Carlo, um hotel quatro estrelas em Mônaco que a empresa dos Livingstones comprou em 2007.
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Fora do setor imobiliário, os irmãos fizeram um investimento lucrativo na Evolution AB, uma das maiores plataformas de cassino on-line do mundo. Suas fundações beneficentes também apoiaram programas para crianças do Reino Unido, moda britânica e faculdades de Londres por meio de suas instituições de caridade.
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