Acionistas dão sinal verde a bônus de US$ 160 mi para executivos do Goldman Sachs

Banco de investimentos argumentou que dois bônus de retenção de US$ 80 milhões para o CEO, David Solomon, e o presidente, John Waldron, eram justificáveis, dada a guerra por talentos

A aprovação dos acionistas reforça as alegações da empresa de que precisa pagar muito para reter seus executivos
Por Todd Gillespie - Sridhar Natarajan
23 de Abril, 2025 | 05:00 PM

Bloomberg — A proposta de remuneração dos executivos do Goldman Sachs obteve o apoio majoritário dos acionistas, apesar das críticas de que os bônus eram excessivos, aliviando as preocupações sobre a pressão da empresa para reter os principais talentos, uma vez que compete com grupos de private equity.

O banco de investimentos argumentou que dois bônus de retenção de US$ 80 milhões para o CEO e o presidente eram justificáveis, dada a guerra por talentos. Ele anunciou que obteve 66% dos votos em uma votação não vinculativa em sua assembleia geral anual em Dallas, na quarta-feira (23).

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A proposta de remuneração gerou controvérsia, em especial pelo tamanho dos prêmios de retenção e por não estarem vinculados ao desempenho - exigindo apenas que David Solomon e John Waldron permaneçam no Goldman até janeiro de 2030.

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A aprovação dos acionistas reforça as alegações da empresa de que precisa pagar muito para reter seus executivos, enquanto se esforça para competir com investidores do mercado privado.

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A proposta “say on pay” foi implementada em resposta aos protestos sobre os pacotes de remuneração excessiva dos executivos após a crise financeira de 2008.

Ela dá aos acionistas um voto consultivo sobre como os executivos da empresa são remunerados. Apesar de não ser vinculante, o que significa que não há capacidade de forçar mudanças, as empresas normalmente procuram amenizar a consternação dos acionistas e abordar suas preocupações.

Os acionistas do Goldman expressaram apoio majoritário à forma como a empresa remunera seus executivos seniores desde que começou a buscar sua aprovação na esteira da crise financeira de 2008.

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No ano passado, o Goldman obteve 86% dos votos dos acionistas, apesar da oposição da empresa de consultoria Glass Lewis. No final do mês passado, ela chamou a discussão do banco sobre os US$ 160 milhões de bônus de retenção de “longe de ser robusta”.

Durante o mandato de Solomon, os pagamentos para os altos executivos têm sido uma questão espinhosa que, até agora, era expressa principalmente pela classe de sócios do banco.

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Alguns reclamavam em particular que os pacotes para seus líderes eram excessivos em relação ao desempenho da empresa e aos prêmios reservados para o restante da equipe.

Antes deste ano, a maior oposição que o Goldman já havia atraído para seu plano de remuneração desde que os acionistas puderam votá-lo foi em 2016. Na época, cerca de um terço dos votos expressos foram contra a proposta.

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